Os candidatos à Presidência do Uruguai, Yamandú Orsi, da esquerda Frente Ampla (FP), e Álvaro Delgado, do direitistista Partido Nacional (PN), votaram na manhã deste domingo (24/11) no segundo turno do pleito.
Orsí, aliado do ex-presidente progressista José “Pepe” Mujica, votou na Escola Técnica de Canelones, onde falou à imprensa sobre os desafios de seu eventual futuro governo.
“Fizemos o que tem que ser feito em uma campanha, é uma experiência incrível, cheia de muita razão, mas com muito carinho e isso fortalece e permite que você olhe para o futuro com muito mais esperança”, disse ele, citado pelo jornal local La Diaria.
¡Votamos! Sabremos cumplir. pic.twitter.com/K3fzGDbPa2
— Yamandú Orsi (@OrsiYamandu) November 24, 2024
O presidenciável de esquerda também falou que “a essência da política são os acordos”, no contexto em que a esquerda terá maioria no Senado, e a direita, na Câmara, resultado do primeiro turno em 27 de outubro.
Orsi ainda disse que encerrou sua campanha “com a tranquilidade de se sentir acompanhado”, referindo-se a mensagens de apoio que recebeu antes do segundo turno.
O progressista também falou sobre a “vantagem do Uruguai” em não haver reeleição, referindo-se à impossibilidade do atual presidente de direita, Luis Lacalle Pou, em governar por mais cinco anos no país.
Segundo o jornal uruguaio, o candidato progressista acompanhará a apuração dos resultado na sede da campanha da Frente Ampla, no Hotel NH Montevideo Columbia, na capital uruguaia.
Por sua vez, Delgado afirmou estar “animado e contagiado” pelo entusiasmo de seus apoiadores, e vive o dia da votação “com muita ansiedade”.
“Fizemos o melhor que podíamos, sempre tentamos fazer o mais importante, que era cuidar das pessoas, e nesta campanha também fizemos a campanha que queríamos, de propostas, de não atacar, de não insultar, porque os uruguaios hoje elegem para cinco ou dez anos à frente”, declarou o candidato de direita, segundo o La Diaria.
O candidato ainda visitou o atual presidente Lacalle Pou no bairro de Carrasco, em Montevidéu, após exercer seu direito de voto. Como as campanhas eleitorais foram encerradas na última quarta-feira (20/11) e o país vive proibição de propagandas políticas, ambos negaram que o encontro teve teor político, mas sim “um abraço de amigos”.
O atual mandatário também votou na manhã deste domingo, no Instituto de Formación Docente de Canelones, e declarou: “É um momento especial para o país, porque a partir desta noite o Uruguai tem um presidente eleito”.
A fala de Lacalle decorre porque a partir de um resultado na votação, “começa a haver uma transição, então naturalmente começa a haver uma espécie de compartilhamento de decisões”.
A imprensa questionou o presidente sobre o que fará nos seus últimos dias de mandato, e Lacalle respondeu sobre “encerrar alguns capítulos, processos que chegam ao fim, inaugurações e o fim de obras”, menciona o La Diaria.
O mandatário ainda falou sobre a Cúpula do Mercosul, em 6 de dezembro, na qual preside de forma temporária o bloco. “Naturalmente o presidente eleito deve nos acompanhar e antes dessa cúpula devemos ver como o próximo governo pretende continuar”, finalizou.