Capital dinamarquesa pretede reduzir a zero emissão de CO2
Capital dinamarquesa pretede reduzir a zero emissão de CO2
Sede da 15ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (CoP-15), a capital da Dinamarca, Copenhague, desenvolveu uma meta ambiciosa para o ano de 2025: reduzir as emissões de carbono a zero.
Na cidade, a preocupação com o meio ambiente é mais do que um modismo – o assunto está entre as prioridades na agenda do governo local. Nos últimos 10 anos, o nível de redução de gases do efeito estufa foi de 20%. Até 2015, as autoridades locais pretendem cortar outros 20%.
A energia consumida pelos edifícios é responsável por 40% das emissões de carbono no país (10% em Copenhague). É nesse setor que o governo pretende direcionar os maiores investimentos na rota para uma economia 100% sustentável.
“O nosso objetivo é que todos os novos prédios construídos tenham emissão zero de carbono. Vamos transformar a proposta em lei e essa legislação também será estendida para a União Europeia em um futuro próximo”, declarou Lykke Friis, ministra do Clima da Dinamarca, durante uma coletiva de imprensa ontem (11).
Os resultados devem ser alcançados com a ajuda de empresas do setor de tecnologia, que já trabalham em projetos inovadores de eficiência energética.
Cidade das bicicletas
Copenhague tem 500 mil habitantes e o número de bicicletas é quase o triplo da população. Todos os dias, 54% dos moradores da capital utilizam o meio de transporte para ir à escola ou ao trabalho.
Homens de terno, mulheres de salto alto, chuva, sol ou neve – não há nada que tire a motivação dos ciclistas. A geografia do país também ajuda. Com poucas subidas ou descidas, o trabalho fica mais fácil.
“A bicicleta é o meu meio de transporte, não tenho e não quero ter carro. Vou para o trabalho e saio à noite com os amigos sempre de bicicleta”, conta a relações públicas Stine Kristoffersen, 26 anos.
Bicicletas gratuitas são disponibilizadas para empréstimo em diversos pontos da cidade. No entanto, a adaptação dos dinamarqueses não é apenas boa vontade e preocupação com o meio ambiente. Ter carro na Dinamarca dói no bolso.
Apesar de ser um país rico, quando se anda pelas ruas da Dinamarca é difícil ver carros grandes e potentes – diferente do que acontece na Alemanha ou nos Estados Unidos, por exemplo. O governo criou uma “taxa verde” para todas as pessoas que possuem veículo. Quanto maior o carro, maior a taxa.
O proprietário de um modelo popular, que faz uma média de 14 quilômetros com um litro de gasolina, deve pagar uma média de 400 euros (pouco mais de mil reais) por ano, para compensar a poluição emitida.
Já para um carro de maior potência, que roda cerca de sete quilômetros por litro, a mesma taxa sobe para dois mil euros anuais (cerca de cinco mil reais).
A ministra do clima Lykke Friis defende as medidas adotadas pelo país. “Elevar o custo da energia é uma estratégia justa e estamos satisfeitos com os resultados”, disse.
No caminho
Assim como na Dinamarca, a Alemanha também faz campanhas para incentivar a população a deixar o carro em casa e optar pela bicicleta. As condições do país para os ciclistas são favoráveis. No entanto, os alemães são culturalmente apaixonados por carros grandes – o que dificulta o trabalho para convencê-los a trocar as quatro rodas por duas.
O instituto VCD (Verkehrsclub Deutschland), que tem sede em Berlim, realiza projetos na área que eles batizaram de “mobilidade verde”.
“Nós pressionamos o governo por melhorias no transporte público, brigamos para que os ônibus sejam menos poluentes e incentivamos a população a mudar hábitos simples, mas que podem ter um grande significado”, afirmou Anna Fehmel, representante do VCD.
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