Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (31/01) pelo diário francês Le Parisien, a primeira dama francesa Carla Bruni-Sarkozy declarou não se sentir “mais de esquerda”. Ela assegura que nunca votou pela esquerda na França, confessando apenas ter feito parte de uma “comunidade de artistas” progressista.
“Éramos de esquerda, eramos bobos”, disse, em referência a expressão francesa, contração de bourgeois-bohème (burguês e boemia). “Mas naquela época, votava na Itália”, precisou. “Nunca votei na esquerda em França e não vou começar agora”, acrescentou a ex-modelo, que casou com Nicolas Sarkozy em janeiro de 2008 após um namoro de três meses.
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Efe (25/09/2009)
Carla e Sarkozy ao chegarem à reunião do G20 em Pittsburgh
Escândalo Polanski
Ela explica que cansou da esquerda por conta de “alguns comentários de lideres socialistas” em 2009 após a detenção de Roman Polanski na Suíça. O cineasta franco-polonês era o alvo de uma ação judicial apresentada pelos Estados Unidos há mais de 30 anos por ter mantido relações sexuais com uma menor.
Naquela época, o ministro francês da Cultura, Fréderic Mitterrand, tinha se declarado “estupefato” com a detenção de Polanski, provocando ataques irônicos de políticos do partido de extrema-direita “frente nacional” e do partido socialista. Ambos lembravam um livro do ministro, publicado em 2005, no qual ele confessava uma paixão para “moços novos”. “Ver alguns socialistas com a mesma posição que a frente nacional foi realmente chocante para mim”, declarou Carla Bruni.
Influência positiva
Na mesma entrevista, ela afirma, porém, que não quer se envolver na política. “Para mim, a política continua a ser um mundo difícil. Nunca será a minha profissão. Admiro quem faz política, mas não é meu ofício”, assegura. “Não vou fazer campanha, sobretudo se o meu marido ainda não está em campanha”, disse a primeira-dama. “É ele que deve escolher o que quer fazer em 2012. Irei apoiá-lo se se lançar a um novo mandato”, completou.
As declarações, porém, não são gratuitas. Elas surgem uma semana após a difusão pelo jornal France-Soir de uma pesquisa mostrando que dois terços dos franceses estão satisfeitos com o papel desempenhado por Carla Bruni como primeira-dama. Além disso, 68% consideram que ela exerce uma influência positiva sobre o presidente francês. O nível de satisfação com o papel da ex-modelo atinge 76% entre os eleitores de direita contra 57% entre os simpatizantes de esquerda.
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