Domingo, 13 de julho de 2025
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Vistoso, colorido, patético, oportunista. O carnaval na Argentina tem cores e identidade locais, apesar de manter pelo menos um dos olhos sempre colado nos vizinhos Brasil e Uruguai, suas principais influências.

As maiores demonstrações públicas do carnaval se concentram nas cidades de Buenos Aires, Gualeguaychú (no estado de Entre Ríos, vizinho ao Uruguai), e Corrientes (próxima ao Brasil).

Cerca de 300 mil pessoas tinham comparecido aos 30 desfiles de rua diários de Buenos Aires até o final da semana, segundo dados do governo argentino. A atração principal de cada grupo são as 105 “murgas”. No total, cerca de 17 mil integrantes desfilam sua estética de gosto duvidoso.

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As “murgas” portenhas, agrupações populares que, em sua maioria, recebem subsídios oficiais, parecem suas homólogas uruguaias, apesar de terem diferenças.

Na Argentina, as “murgas” não possuem estruturas musicais ou rítmicas elaboradas e tampouco contam com cantores ou coros, que têm destaque no Uruguai. Pelo contrário.

Os bumbos e tambores dos “murgueros” argentinos trazem a logomarca das torcidas organizadas de futebol. A dança é de certa forma desajeitada, se assemelhando a um surto epilético. 

Corrientes

Em Corrientes, os jurados dos desfiles têm de depositar os votos em segredo e afastarem-se da cidade antes que o resultado final seja revelado, por motivos de segurança. Lá, os tradicionais grupos Ara Berá e Sapucay contam com patrocinadores poderosos que reapresentam, ao mesmo tempo, setores do establishment político do estado.

Este ano, os carnavais correntinos, os mais parecidos com o do Brasil pela dimensão de suas produções, foram patrocinados por Pepsi Cola, Carrefour e Brahma, entre outros. 

Gualeguaychú

Devido à proximidade com Buenos Aires, Gualeguaychú se converteu em um pólo de atração para os portenhos, ávidos por excessos. A diferença com Corrientes é o caráter  fundamentalmente turístico do carnaval de Gualeguaychú, que é vendido na capital com forte conotação sexual. 

Jujuy

Mais discreta e menos artificial, a celebração de carnaval de Jujuy pode ser considerada a mais autêntica do país. O estado, localizado ao norte, é vizinho da Bolívia, e por isso, herdou as tradições ancestrais do povo “kolla”.

Os festejos começam com a cerimônia de dos Rey Momo e Rey Diablo (Carnaval Grande), no dia 7 de fevereiro. De acordo com a tradição, o diabo perambula pela terra durante quatro dias, incentivando todos os tipos de excesso – em particular, os etílicos e eróticos.  O epicentro desta celebração, que atraiu esse ano cerca de 20 mil turistas, foram as cidades de Humahuaca e Tilcara.

Após os quatro dias, começa o “ablande” (amolecimento), em que homens e mulheres, separados, se reúnem na praça principal de cada povoado e jogam um nos outros serpentinas, talco, papel picado e cantam “coplas”, um ritmo típico do norte.

A folia termina com o enterro do diabo (carnaval chico), ao pé de uma montanha, com a participação de todos os comparsas.

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