Cartel mexicano promete deixar a criminalidade em troca de segurança aos cidadãos
Cartel mexicano promete deixar a criminalidade em troca de segurança aos cidadãos
O cartel La Familia Michoacana anunciou nesta quarta-feira (10/11) que poderia deixar as atividades criminosas para não continuar sendo “pretexto para que as autoridades continuem lacerando e humilhando os direitos humanos de nossos irmãos”.
O anúncio foi feito por meio de cartazes deixados em pontos públicos da cidade de Zitácuatro, que é controlada pela organização criminosa, também enviados a veículos da imprensa mexicana.
No texto, o grupo disse que poderia “desaparecer” se o governo de Felipe Calderón se comprometer a “garantir a paz” em Michoacán, sul da nação.
Leia mais:
Impunidade no México chega a 98,5% dos crimes, afirma estudo
Violência no México fez mais de dez mil mortos apenas em 2010, segundo jornal
Com 100 mortos, México tem uma das semanas mais violentas do ano
Grupo armado mata 15 adolescentes em festa em Ciudad Juárez
A mensagem enfatizou que o cartel já “reintegrou” suas “atividades produtivas”, mas condicionou a mobilização ao fato de os governos federal e local e as polícias “se comprometam a tomar o controle de Michoacán com força e decisão”.
Criado em 2005, o cartel disse ainda que seu objetivo inicial era “lutar contra a ineficácia das autoridades mexicanas para erradicar de Michoacán os ladrões, estupradores, narcotraficantes e sequestradores”.
Ao mesmo tempo, pediu à sociedade que se pronuncie, ainda por meio da imprensa, sobre a nova decisão.
Diante de tal proposta, no norte do país, a Pemex Exploração e Produção, uma das filiais da estatal Petróleos Mexicanos, anunciou ter deixado de extrair 150 milhões de pés cúbicos de gás natural em decorrência das ameaças feitas por grupos do crime organizado.
Carlos Morales, diretor da empresa, disse ao jornal Reforma que as atividades foram suspensas em amplas zonas das reservas da chamada Bacia de Burgos, no estado de Tamaulipas, na fronteira com os Estados Unidos e um dos mais atingidos pela violência.
Em junho passado, a petroleira pediu ao Exército a sua intervenção para resguardar equipes e instalações após, em 23 de maio, cinco de seus funcionários terem sido sequestrados em uma central de distribuição.
Embora Morales tenha dito que os pontos da companhia não foram invadidos por grupos delinquentes, ele declarou que “vários locais” tiveram que suspender suas atividades “como medida preventiva para não expor os trabalhadores”.
O Exército chegou a enviar contingentes militares para operações de vigilância na região — que é dominada pelo cartel do Golfo e seu ex-braço armado, o grupo Los Zetas. Porém, esta ainda é considerada insuficiente. Ainda segundo o membro da Pemex, “há zonas onde não é seguro ir, porque criminosos ameaçam as pessoas”.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL
