Quarta-feira, 26 de março de 2025
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Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas da Coreia do Sul neste domingo (09/03), depois que o presidente suspenso Yoon Suk Yeol foi libertado da prisão, no dia anterior. Ele é acusado de “rebelião” após sua tentativa de golpe em 3 de dezembro de 2024. Sua libertação foi aplaudida por seus apoiadores, mas fortemente criticada pela oposição, que se manifestou massivamente nas ruas da capital Seul.

A noite acabou de cair na Praça Gwanghamun, perto da prefeitura de Seul. Alguns manifestantes estão sentados, outros estão de pé, vestindo roupas tradicionais ou todos de azul, as cores do Partido Democrático. Sukja tem 70 anos de idade. E foi enquanto participava das manifestações no dia anterior que ela ouviu a notícia da libertação do presidente. “Sou apenas uma avó, mas os acontecimentos não me deixam outra escolha a não ser vir [protestar], mesmo com este frio. Vou protestar até que Yoon Suk Yeol seja removido do cargo”.

Uma “semana de ação urgente”

O principal partido de oposição, o Partido Democrático, anunciou uma “semana de ação urgente”. Yunseo, de 20 anos, estará participando do movimento. “Como os promotores o deixaram escapar tão facilmente? Minha empresa não fica muito longe, estarei lá todos os dias depois do trabalho. Estou com raiva, mas o povo vencerá de qualquer maneira”, garante.

Reprodução/Yon Hap News Agency
Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas da Coreia do Sul neste domingo (09/03), depois que o presidente suspenso Yoon Suk Yeol foi libertado da prisão

De acordo com a mídia local, alguns dos manifestantes passaram a noite de sábado na rua. Alguns parlamentares pró-democracia ocuparam a Assembleia Nacional. Os sul-coreanos ainda estão aguardando a decisão do Tribunal Constitucional. Os juízes podem decidir remover permanentemente o presidente suspenso do cargo.

“Ditadura legislativa”

A primeira audiência no julgamento criminal do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol, acusado de tentar impor a lei marcial em dezembro de 2024, foi realizada em 20 de fevereiro, no Tribunal Central de Seul, onde o advogado do líder suspenso argumentou que seu cliente havia agido para impedir uma “ditadura legislativa”.

Yoon Suk Yeol, 64, é acusado de “ insurreição ”, um crime punível com pena de morte ou prisão perpétua e não coberto por sua imunidade presidencial. Preso em 15 de janeiro de 2025 depois de se esconder por semanas em sua residência em Seul, protegido por seus guarda-costas, Yoon foi acusado em 26 de janeiro e preso preventivamente por seis meses, após os quais foi libertado.