O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, declarou nesta quarta-feira (07/09) que é difícil que a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) assuma uma posição de consenso sobre a destituição da agora ex-presidente Dilma Rousseff.
“A Unasul tem que dizer algo sobre o que está acontecendo no Brasil porque são eventos que nos preocupam (…). A Unasul nestes casos se manifesta através de um comunicado público. Circulou um comunicado para expressar qual é a posição de todos os países, mas não pudemos chegar a um consenso”, revelou o chanceler em declarações ao canal estatal boliviano.
ABI/ Jose Lirauze
Chanceler boliviano, David Choquehuanca
Choquehuanca acrescentou que agora é muito mais difícil alcançar um acordo no bloco sul-americano “com presidentes que têm certas tendências”, em alusão às mudanças nos governos de Brasil e Argentina.
“Temos que trabalhar para gerar confianças, espaços de diálogo onde haja muita confiança”, sustentou Choquehuanca.
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Em um ato posterior, o ministro disse que o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, está trabalhando para que se realize uma reunião de chanceleres ou, se possível, de presidentes para tratar os problemas da região.
O presidente Evo Morales convocou para consultas seu embaixador em Brasília, José Kinn, após a destituição Dilma, que qualificou como um “golpe parlamentar”.
Choquehuanca insistiu hoje em considerar uma prática “normal” e “permanente” o chamado para consultas e disse que isso foi feito para ter uma informação direta sobre o que acontece no Brasil.
O chanceler boliviano também expressou esta semana que não se deve ser pessimista sobre a relação entre Bolívia e Brasil, depois que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, questionou o chamado para consultas do embaixador boliviano.