O chanceler chileno, Alfredo Moreno, defendeu nesta segunda-feira (25/10) o presidente do país, Sebastián Piñera, que cometeu uma gafe ao assinar com uma frase de cunho nazista um livro de visitas durante seu encontro com o presidente alemão, Christian Wulff.
“O que o presidente fez foi saudar o povo alemão (…) em um livro de recordações”, explicou Moreno, aludindo a uma sentença que “era uma mostra de seu apreço pela Alemanha” e que “não tem nenhuma conotação desse estilo”.
Piñera escreveu “Deutschland über alles” (Alemanha acima de tudo), uma frase que fazia parte do antigo hino da nação, e que foi suprimida posteriormente por ser considerada nazista.
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Em entrevista à TV estatal chilena, o chanceler apontou que o fato da sentença “coincidir” com uma parte do hino “não tem nada a ver”. “Estamos muito agradecidos com o respaldo que [o presidente] recebeu na Alemanha”, completou.
De acordo com a imprensa local, após a polêmica despertada com a frase escrita por Piñera o governo alemão reagiu com diplomacia ao comentar que o visitante havia somente buscado manifestar algo positivo.
Em contrapartida, Moreno ressaltou o “exitoso” giro do mandatário chileno pela Europa — que incluiu também Reino Unido e França –, e afirmou que o mais impressionante foi “as pessoas nas ruas, que pediam para tirar fotos, reconheciam a bandeira e sentiam esse contato humano por aquilo que o Chile fez como mostra de humanidade com os mineiros”.
O ministro se referiu ao resgate dos 33 homens que ficaram presos por mais de dois meses a mais de 600 metros de profundidade na mina San José, em Copiapó, e que foram resgatados em uma megaoperação inédita na história da mineração, acompanhada de perto por Piñera.
“O que foi feito no Chile é válido em qualquer idioma e em qualquer país”, acrescentou o ministro de Relações Exteriores, que fez parte da comitiva da visita.
No sábado, ao encerrar a viagem, o presidente afirmou ter conseguido “acordos e avanços muito significativos”, e garantiu ter sido possível progredir “na aceleração da integração com a Europa, na abertura de novos mercados para os produtos chilenos, em conseguir colaboração para a reconstrução e também em áreas tão importantes, como a educação, a ciência e a tecnologia”.
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