O Irã anunciou nesta quinta-feira (09/08) que considera prioritária a adoção de medidas políticas que restaurem a paz na Síria e reiterou que rejeita qualquer intervenção militar como forma de solucionar o conflito civil.
Durante uma conferência que debatia possíveis saídas para o conflito no país árabe, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Alí Akbar Salehi, convocou diplomatas e outras figuras políticas presentes na ocasião a apoiar um processo de diálogo entre governo e oposição. “O diálogo é a única chave para sair da atual crise na Síria”, enfatizou o chanceler persa perante representantes de 30 países.
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“O Irã se opõe à matança de pessoas desarmadas e cidadãos por qualquer uma das partes”, reforçou Salehi. Em seguida, indicou que, “desde o início da crise síria, Teerã tem enfatizado a prioridade de medidas pacíficas e políticas”.
Acrescentou que o governo iraniano acredita que as demandas do povo “devem ser atendidas e cumpridas no curso dos acontecimentos” e defendeu a implementação das reformas adotadas pelo governo do presidente Bashar Al-Assad. Salehi alegou que todos os países ligados de alguma forma à crise humanitária do país “devem aceitar o fato de que as características políticas, demográficas e geopolíticas da Síria são tais, que fazem do diálogo político a única solução possível”.
Práticas das nações ocidentais, a seu ver, propagarão as tensões a outros Estados e tornarão mais difícil ainda o manejo necessário do conflito para deter a violência e evitar mais perdas de vidas humanas.O diplomata avaliou que as sanções econômicas dos Estados Unidos, Europa e a ONU “não só são inúteis para a Síria, como também trazem mais sofrimento a seu povo”. Daí a razão pela qual o Irã teria enviado ajuda humanitária ao país.
Depois de respaldar o discurso do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, Salehi reiterou que Teerã sempre foi uma “parte da solução às crises regionais” e citou como exemplo seu “papel positivo e influente” no Afeganistão, Iraque e no Líbano.
Ministros de Relações Exteriores de quatro países, vice-chanceleres de outros sete e diplomatas de 15 nações da Ásia, África, Oriente Médio e América Latina assistiram à reunião. Os países árabes do Golfo Pérsico, partidários da concessão de armas aos insurgentes sírios, recusaram os convites.