Sexta-feira, 20 de junho de 2025
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decretou estado de emergência no país devido aos problemas no fornecimento de energia elétrica, agravados pela seca. Segundo ele, o nível da represa de El Guri, na região sul, origem de 70% da água que gera a energia venezuelana, “baixa todos os dias” e a situação chega a níveis críticos.

Entrar em estado de emergência significa que a questão se converte em prioridade e, com isso, é acelerada a busca de recursos e a compra de equipamentos para aumentar a geração de energia.

“Hoje (ontem), baixou 13 centímetros. Não chove desde o início do ano. É a pior seca enfrentada pela Venezuela em 100 anos”, afirmou o presidente na primeira emissão de um novo programa de rádio, chamado De Repente com Chávez, e transmitido por emissoras estatais. “Vamos assinar este decreto de emergência no setor elétrico (…) porque na verdade é uma situação crítica”.

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“Peço a todo no país: apaguem as lâmpadas”, acrescentou, segundo a emissora Telesur, acompanhado do vice-presidente e de ministros. Os usuários residenciais que consumirem mais de 500 kilowatt/hora por mês serão considerados “alto consumidores residenciais”, de acordo com o novo decreto de emergência. No Brasil, por exemplo, a média de consumo residencial na região Sudeste no último mês foi de 155 kwh, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Os altos consumidores terão de gastar menos energia. Quem não reduzir o consumo em pelo menos 10% será multado, com base numa taxa calculada sobre uma média de faturas anteriores, variando a porcentagem de 75 a 200. Já aqueles que diminuírem o consumo entre 10% e 20% terão desconto de 25%. Se reduzirem mais de 20%, o desconto será de 50%.

Segundo dados oficiais, a demanda por energia elétrica na Venezuela, que cresce anualmente entre 6% e 8%, supera em 1.000 mw a geração diária, que gira em torno dos 16.200 mw.

O governo venezuelano, que já aplica restrições de consumo, prevê para 2015 duplicar a geração diária de eletricidade e chegar aos 30.000 mw, o que exigirá investimentos superiores a 15 bilhões de dólares. Durante o primeiro semestre de 2010, o país prevê aumentar em 800 mw sua capacidade de geração. Chávez explicou que o governo está adquirindo usinas termelétricas chinesas que devem aportar 2.700 mw ao sistema.

Oposição

A oposição venezuelana afirma que a crise é causada pela falta de investimento no setor e critica também a formação de uma comissão com técnicos cubanos para prestar assessoria ao governo venezuelano, segundo o jornal El Universal.

O presidente justificou a escolha com base na experiência cubana. “Os cubanos tiveram problemas elétricos graves em outras épocas. Por isso a comissão técnica está agora conosco, comandada por um dos heróis da Revolução Cubana”, afirmou, em referência a Ramiro Valdés, ministro de Tecnologia da ilha.

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