O empenho por consolidar a integração da América Latina, expresso pelos presidentes do Uruguai, José Mujica, e da Venezuela, Hugo Chávez, converteu-se no tema mais significativo esta semana para os venezuelanos.
Além dos acordos assinados entre os dois países, em Caracas, em diversas áreas econômicas e de interesse social, ambos os mandatários coincidiram na necessidade de obter a unidade dos povos do continente para alcançar a independência definitiva.
Na quarta-feira última, Mujica chegou ao país, procedente do Peru, em um compromisso de trabalho que incluiu um encontro com a comunidade de uruguaios residentes na Venezuela.
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Ao fechamento da visita, no dia seguinte, os governos da Venezuela e Uruguai assinaram 12 acordos de cooperação nos setores agrícola, alimentar, cientista-técnico, elétrico e social, os quais contribuem para o estabelecimento de uma nova arquitetura regional, segundo Chávez.
“Estas pequenas coisas que estamos negociando” são elos, degraus, para que dentro de 20 ou 30 anos “sejamos um voz forte no mundo”, sublinhou Mujica.
O uruguaio advertiu que não há nenhum triunfo automático, “só uma causa formosa pela unidade dos americanos do Sul, desafiante e palpitante” que constitui uma autodefesa para os tempos hostis por vir.
Mujica, que cumpriu sua segunda visita oficial a Caracas, reiterou a importância da presença da Venezuela no Mercado Comum do Sul (Mercosul).
As potencialidades do mecanismo regional, integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, seriam infinitas se se somassem a energia venezuelana, as reservas de água doce do Sul, o pampa argentino, os recursos da Amazônia e a experiência dos povos, assegurou.
Mercosul necessita da Venezuela e ninguém tem direito “a extorquir o futuro às massas que vão nascer de nossas vísceras”, sentenciou Mujica ao referir-se à negativa do Congresso paraguaio que barrou a entrada da República Bolivariana no mercado regional.
O ingresso da Venezuela no Mercosul está neste momentos em mãos do Senado paraguaio (dominado pelo partido de centro-direita Liberal Radical Autêntico) depois que o Congresso do Brasil aprovou, em dezembro de 2009, essa petição.
Anteriormente, o fizeram os parlamentos da Argentina e Uruguai, os quais consideram que a presença venezuelana redundará em benefício do fortalecimento do bloco.
O presidente uruguaio destacou que os países latino-americanos têm feito muito pela integração, mas ainda falta bastante por fazer.
Advertiu que a humanidade vive momentos complexos, muito longe ainda da verdadeira liberação e da justiça.
“Só com uma voz, uma posição, um espaço, a defesa da cultura e o conhecimento em comum, os povos latino-americanos poderão enfrentar-se “ao mundo que vem o qual não terá piedade com os fracos”, sentenciou.
Por sua parte, Chávez afirmou que a América do Sul não é o que era faz 20 anos atrás, agora existe uma “dinâmica construtiva” entre os povos da região.
Sobre seu encontro com Mujica, a quem expressou sua admiração por ser um homem de batalhas, assinalou que foi necessário “para continuar pelo caminho da união sul-americana e construir o que Simón Bolívar e José Artigas assinalavam como rumo estratégico.”
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