O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu nesta segunda-feira (05/09) aos países-membros da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América) e dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) para que rechacem a “barbárie” promovida na Líbia, que já causou a morte de mais de três mil pessoas.
“Temos que fazer um contra-ataque mais coordenado” afirmou o presidente durante entrevista ao canal estatal VTV, acrescentando que “não se pode ficar calado diante de tanta barbárie”. Chávez disse contar com o apoio de Cuba, da Nicarágua, do Equador, da Bolívia e da União Africana (UA) nesta causa e que economias emergentes como do Brasil, da Índia, da China e da África do Sul “se mantém firmes” em sua postura contrária às agressões promovidas na região.
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Ele ainda questionou um recente discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quando o norte-americano declarou que o método Líbia poderia ser usado em qualquer outro país na luta contra o terrorismo. “Não venham inventando que temos armas químicas, que estamos massacrando nossa população, que apoiamos o terrorismo. Não venham com sua frota incendiar nosso continente”, disse Chávez.
Chávez respaldou o líder líbio, Muamar Kadafi, incondicionalmente desde o início da operação internacional e se mostrou “seguro” que seu aliado está “muito longe de pensar em ir embora da Líbia”. “Nós advogamos para que se respeite a vida do povo líbio, de Kadafi, e para que essa loucura seja detida”, concluiu.
O venezuelano declarou na última semana que é “uma loucura o que está acontecendo na Líbia” após defender uma comissão de paz que visa promover a resolução do conflito no país norte-africano por meio do diálogo. A proposta, apresentada por ele em fevereiro, pretende formar uma comissão para atuar como mediadora e encontrar uma solução não violenta à crise política na Líbia.
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Cuba
Cuba anunciou, neste domingo (04/09), a retirada da sua missão
diplomática da Líbia, reiterando que não reconhece o Conselho Nacional
de Transição como autoridade nacional.
“A República de Cuba não reconhece nem o Conselho Nacional de
Transição nem qualquer outra autoridade de transição; ela só vai
reconhecer o governo que será criado no país de forma legítima e sem
interferências estrangeiras”, afirmou o Ministério das Relações
Exteriores do país através de comunicado.
A declaração acusa também a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico
Norte) de matar milhares de civis durante ataques aéreos sobre o país e
violar as resoluções da ONU ao atacar instalações civis e fornecer armas
para os rebeldes. O comunicado também denuncia que a aliança vem
tentando criar condições semelhantes para uma intervenção militar na
Síria, que também foi atingida por um levante popular.
O ministério cubano pediu à OTAN para que interrompa imediatamente
sua operação militar na Líbia e deixe o povo líbio cumprir o seu direito
de “independência, autodeterminação e soberania sobre seus recursos
naturais”.
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