Chile: aos apoiadores, Jadue afirma estar confiante que prisão será revogada

O líder comunista chileno Daniel Jadue enviou nesta quarta-feira (05/06) uma mensagem aos seus apoiadores, afirmando estar confiante em que a decisão judicial que o mantém em prisão preventiva desde segunda-feira (03/06) será revogada.

Em sua primeira mensagem desde a detenção, Jadue agradeceu “a solidariedade e o carinho, que me dão forças para resistir a este transe”.

O político, principal figura do Partido Comunista do Chile (PCCh), está afastado de suas funções como prefeito do município de Recoleta, um dos mais populosos e tradicionais da Região Metropolitana de Santiago, em meio a uma investigação na qual ele é acusado de supostas fraudes em contratos relativos às Farmácias Populares, uma política na qual a prefeitura local oferece remédios com preços até 70% mais baratos que os das farmácias privadas.

Em outro trecho da mensagem, Jadue afirmou estar “tranquilo, de pé e pronto para as batalhas que virão”. Em seguida, disse estar confiante de que a decisão que o mantém em prisão preventiva será revogada por instâncias judiciais superiores.

O político alega que sua detenção é parte de uma operação de lawfare. No dia em que foi levado à prisão, ele chegou a publicar em suas redes sociais que a decisão contra ele seria uma forma de “criminalização da nossa gestão transformadora”.

“Não tenho um único centavo no bolso, e ainda assim sou punido com a maior (medida) cautelar (prisão preventiva). Vamos recorrer desta medida desproporcional!”, queixou-se Jadue.

Seu advogado, Ramón Sepúlveda, indicou que já fez o pedido para que o Tribunal de Apelações modifique a prisão preventiva. “Confiamos que nessa instância haverá critérios objetivos durante a análise do caso, e dessa forma a decisão será revogada”, assegurou o defensor.

Sobre o parecer do Ministério Público, afirmando que Jadue representaria “um perigo para a sociedade” (tese que foi acatada pelo Tribunal de Santiago na segunda-feira), Sepúlveda ironiza, lembrando que “o processo está tramitando desde 2020 e os promotores nunca alegaram esse suposto perigo, e eu me pergunto qual seria o fato novo para se mudar essa avaliação, já que eles mesmos não esclarecem isso em seu documento”.