Os chilenos voltaram às urnas neste domingo (13/06) para realizarem o segundo turno das eleições para governadores em diversas regiões do país. Assim como na primeira volta, a coalisão de partidos progressistas da Unidade Constituinte saiu vitoriosa.
De 16 regiões que foram disputadas durante o primeiro e segundo turno, a aliança conquistou 10 governos, oito neste domingo e dois em 15 e 16 de abril. Essa foi a primeira vez que o Chile elegeu autoridades regionais, cargos que, anteriormente, eram nomeados pelo presidente.
A disputa na Região Metropolitana de Santiago, o bairro mais importante do país saiu com vitória do democrata-cristão Claudio Orrego, tornando-se o primeiro governador eleito com 52,7% dos votos, ante 47,3% de Karina Oliva, da Frente Ampla.
Em seu primeiro discurso como governador eleito, Orrego assegurou assumir “este triunfo com grande humildade e tremendo senso de responsabilidade”, ao mesmo tempo em que destacou que “esta eleição mostra que a boa política pode ser feita e chegar ao coração dos chilenos”.
Entretanto, Oliva felicitou o seu adversário, desejou “que construa uma região para todos” e afirmou que “é preciso militar e olhar para o outro como força para construir um país mais justo”.
Antes de definir a Região Metropolitana, os outros 12 distritos em jogo já estavam praticamente certos e, como em abril, a primeira conclusão em nível nacional é que o partido governante liderado pelo presidente Sebastián Piñera sofreu uma nova derrota.
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Votação resultou em uma relação de forças negativas para Piñera, no qual partido que apoia venceu em uma região
Já isoladamente, só havia conseguido entrar em nove de 13 cédulas. O partido direitista venceu apenas uma região: Araucanía.
A nível nacional, a votação resultou em uma relação de forças negativas para Piñera: a Unidade Constituinte obteve 1.198.254 votos (47,48%), a Frente Ampla 723.725 (28,68%), o Chile Vamos 340.213 (13,48%) e os independentes 261.678 (10,37%).
Outra semelhança como primeiro turno, é que os independentes voltaram a se tornar atores importantes nesse novo mapa político que se forma. Os independentes venceram três regiões: Miguel Vargas, no Atacama, com quase 60%; o ecologista Krist Naranjo em Coquimbo com quase 62% dos votos; e Rodrigo Díaz em Biobio com mais de 71% contra outro líder da UDI.
A centro-esquerda da Unidade Constituinte, mais ligada a partidos tradicionais como a Democracia Cristã (DC) e o Partido Socialista (PS) tiveram um desempenho melhor neste domingo: segundo dados oficiais, os candidatos do DC venceram em Arica e Parinacota, Maule e De los lagos, enquanto os socialistas em Ñuble, De los Ríos e Libertador Bernardo O'Higgings.
Esta votação foi marcada por uma baixa participação dos cidadãos: das mais de 13 milhões de pessoas autorizadas a votar, compareceram cerca de 2,5 milhões, o equivalente a 19,61% dos cadernos eleitorais.
A próxima grande eleição chilena será a de presidente em 21 de novembro, embora haja primárias no dia 18 de julho.
(*) Com reportagem de Alfredo Follonier, Télam.