Os candidatos à presidência do Chile, Eduardo Frei e Sebastián Piñera, protagonizaram o único debate do segundo turno. O representante da Concertação destacou conquistas da aliança de esquerda e o aspirante opositor pediu que lhe deem a oportunidade de governar.
EFE
O debate foi considerado morno por parte da imprensa chilena
“Vamos ser os grandes continuadores da presidente (Michelle) Bachelet na etapa que vem agora”, anunciou o ex-presidente Frei (que governou entre 1994 e 2000), se apoiando na grande aprovação (acima de 81%) da atual governante chilena. Enquanto isso, o empresário Sebastián Piñera, principal acionista da companhia aérea LAN e do canal de televisão Chilevisión, pediu uma oportunidade “para construir uma pátria maior, mais livre e mais justa, que trate seus filhos com mais carinho”.
Com a esperança de convencer os eleitores que em 13 de dezembro, no primeiro turno, votaram pelo independente Marco Enríquez-Ominami, em branco ou nulo, os candidatos se submeteram durante quase duas horas a uma bateria de perguntas feitas por seis jornalistas no único confronto televisivo cara-a-cara do pleito.
O senador Frei, que no primeiro turno obteve 14 pontos a menos que Piñera, conquistou nos últimos dias o apoio de organizações sociais, religiosas e sindicais em uma tentativa de virar a disputa. “Entendemos a mensagem que os chilenos nos passaram no dia 13 de dezembro. Assim como o Chile cresceu, também há problemas que devem ser corrigidos. Por isso, hoje representamos todas as forças progressistas e democráticas”, ressaltou.
“O senador Frei já foi presidente e eu acho que não fez um bom governo. Hoje o Chile necessita de um governo muito melhor, por isso chegou o tempo da mudança do futuro e a esperança”, replicou o candidato da Coalizão pela Mudança, integrada majoritariamente por partidos da direita.
Equipe
Um dos assuntos mais controvertidos foi a formação do futuro gabinete caso Piñera ganhe as eleições, e a eventual incorporação de figuras políticas da época da ditadura.
Após assegurar que “não haverá nenhum ministro do governo militar”, Piñera especificou que “não é um delito nem um pecado ter colaborado de forma leal e honesta” com o regime de Pinochet, desde que não tenham sido cometidas violações aos direitos humanos.
Por sua parte, Frei criticou a flexibilidade laboral que, segundo sua opinião, defendem os que apoiam Piñera, e sustentou que é impossível, como propõe o candidato da oposição, criar um milhão de postos de trabalho sem o investimento do Estado.
Política externa
Em matéria internacional, Piñera assegurou que não cederá “nem um milímetro” do território soberano ao Peru nem à Bolívia, enquanto o aspirante governista se mostrou disposto a seguir trabalhando na atual agenda bilateral com os bolivianos, que desejam contar com uma saída para o mar.
Piñera insistiu que nos temas que nas últimas semanas se transformaram nos eixos de sua campanha: “criar um milhão de empregos, ganhar a batalha contra o crime e o narcotráfico, e melhorar de verdade a saúde e a educação”.
Por sua parte, Frei enfatizou: “fui presidente da República e sei o que é governar. Vou dedicar meu esforço pessoal e coletivo para construir um país do qual todos os chilenos possam participar, que não sejam os recursos nem os sobrenomes o gancho para ter oportunidades”.
“Temos convicções, vontade e coragem para assumir as responsabilidades que o país nos entregou”, destacou o candidato da Concertação.
NULL
NULL
NULL