China diz que avalia negociar com EUA se país for ‘sincero’ e suspender tarifas
Esta é a primeira vez que Pequim confirma que Washington contatou os chineses para negociar a guerra tarifária
Autoridades da China disseram nesta sexta-feira (02/05) que consideram uma proposta de negociação dos Estados Unidos envolvendo as tarifas comerciais impostas entre ambos os países, mas insistiram que Washington deve primeiro reverter as sanções que afetaram a economia de diversos países.
De acordo com o Ministério do Comércio da China, “Washington tomou recentemente a iniciativa de abrir o diálogo” e que “a China está abraçando a possibilidade”.
Esta é a primeira vez que Pequim confirma que os norte-americanos contataram os chineses em resposta a essas questões tarifárias. “Os Estados Unidos têm tomado recentemente a iniciativa, em muitas ocasiões, de transmitir informações à China através dos meios pertinentes, dizendo que esperam falar com a China”, disse em um comunicado.
“A China está atualmente avaliando isso”, acrescentou. Mas antes de sentar para conversar, exige medidas dos Estados Unidos que demonstrem suas boas intenções. Se os Estados Unidos quiserem conversar, devem demonstrar sinceridade, estar dispostos a corrigir suas práticas equivocadas e cancelar tarifas unilaterais”, disse o Ministério do Comércio.

Molly Riley/White House
“Em qualquer diálogo ou conversa possível, se a parte norte-americana não corrigir suas medidas tarifárias unilaterais equivocadas, isso simplesmente demonstrará a falta de sinceridade dos EUA e prejudicará ainda mais a confiança mútua entre os dois lados”, afirmou. “Dizer uma coisa e fazer outra, ou mesmo tentar coerção ou chantagem sob o pretexto de negociações, não vai funcionar”, insistiu.
“A posição da China sempre foi perfeitamente consistente”, insistiu o Ministério do Comércio nesta sexta-feira. “Se houver uma luta, lutaremos até o fim. Se houver diálogo, a porta estará aberta de ponta a ponta. A guerra tarifária e a guerra comercial foram iniciadas unilateralmente pela parte norte-americana”, finalizou ainda o comunicado.
Em sua ofensiva global, o presidente dos EUA, Donald Trump, atacou especialmente a China, impondo tarifas de até 145% sobre muitas de suas importações.
O gigante asiático não se intimidou e respondeu com tarifas de 125% sobre as importações dos EUA, dizendo estar preparado para lutar uma guerra comercial até o fim.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato
