O presidente Xi Jinping elogiou a amizade da China com o Brasil nesta sexta-feira (07/06). O líder do gigante asiático afirmou ao vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, em visita a Pequim, que os laços entre os países “vão muito além do âmbito das relações bilaterais”.
Desde que retornou ao poder, no ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta estabelecer um equilíbrio delicado: busca aprofundar os laços com a China e, ao mesmo tempo, manter boas relações com os Estados Unidos. Brasil e China tentaram estabelecer posição como mediadores no conflito na Ucrânia, e se recusaram a adotar sanções contra a Rússia pela invasão do país vizinho.
“Atualmente, o mundo enfrenta grandes mudanças nunca vistas em um século”, disse Xi Jinping ao lado de Alckmin, no início de uma reunião no Grande Salão do Povo de Pequim.
“Como países em desenvolvimento e economias emergentes importantes, os laços entre China e Brasil vão muito além do âmbito das relações bilaterais e são um modelo para promover a solidariedade e a cooperação entre as nações em desenvolvimento, assim como para a paz e a estabilidade do mundo”, acrescentou o presidente chinês.
“A China é, para nós, inspiradora”, comentou Alckmin a Xi, ao elogiar o sucesso da China em retirar centenas de milhões de pessoas da pobreza nas últimas décadas.
Expansão da influência da China
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, com mais de US$ 180 bilhões (R$ 946 bilhões) em comércio bilateral em 2023, com semicondutores, smartphones e produtos farmacêuticos entre as principais exportações para o Brasil.
A visita de Alckmin a Pequim foi apontada como uma preparação para a adesão do Brasil ao vasto projeto de infraestruturas chinês conhecido como Iniciativa do Cinturão e Rota.
Vários países sul-americanos aderiram ao programa, um pilar da estratégia do presidente Xi para expandir a influência da China no mundo. Entre os países estão Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela. O Brasil ainda não entrou oficialmente.