O governo da China anunciou uma nota meta de crescimento do seu Produto Bruto Interno (PIB) para 2025 e quer crescer cerca de 5% neste ano.
A meta foi anunciada no decorrer das “Duas Sessões“, que é o principal evento político do ano legislativo do país. Essas sessões são anuais e fazem parte da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e da Assembleia Popular Nacional. A gestão dos legisladores duram cinco anos e, neste caso, vão de 2023 a 2028.
Tal anúncio integra o relatório anual de trabalho que projeta crescer por meio do aumento da demanda interna, com a criação de novos empregos e com investimentos públicos em setores de alta tecnologia.
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, abriu a sessão desta quarta-feira (05/03) e disse que o governo pretende estabelecer um mecanismo para aumentar o financiamento para as novas “indústrias do futuro”, como inteligência artificial e 6G.
Li apresentou o relatório para quase 3.000 delegados que se reuniram no Grande Salão do Povo de Pequim. Até dia 11 de março, o congresso discutirá o relatório e aprovará as diretrizes econômicas do país para este ano.
Os chineses estão cada vez mais concentrados no desenvolvimento de inovação doméstica e indústrias de alta tecnologia. São as áreas que Xi Jinping, presidente da China, chama de “novas forças produtivas de qualidade”. Elas incluem, além do setor de inteligência artificial e 6G, veículos elétricos e baterias de armazenamento, entre outros.
O desafio da China este ano é proteger sua economia do impacto da guerra comercial com os Estados Unidos, iniciada pelo presidente norte-americano Donald Trump com a imposição de taxas de importação. Além do estímulo à indústrias de ponta e geração de empregos urbanos, o governo chinês pretende fazer isso estimulando diretamente o consumo.

O primeiro-ministro chinês Li Qiang apresentou o relatório anual de trabalho aos 3 mil delegados que participam do Congresso Nacional do Povo que discutirá os planos até 11 de março
O objetivo é integrar as economias e os ecossistemas tecnológicos dos dois setores para promover e acelerar a transferência bidimensional de tecnologias de uso dual. Para isso, o governo está criando facilidades para a colaboração entre empresas de defesa, universidades e instituições de pesquisa da área militar e civil.
O governo chinês divulgou um segundo relatório nesta quarta-feira informando que o país também aumentaria seus gastos com defesa em 7,2% este ano.
Atualmente, o país destina menos de 2% do seu PIB à área militar, muito menos que os Estados Unidos, que dedicam à defesa mais de 3% do seu PIB. O aumento também incrementará o PIB.
Estímulos ao consumo
Para estimular o consumo, o relatório prevê a emissão de 300 bilhões de yuans (cerca de R$ 243 bilhões) em títulos especiais do tesouro para apoiar programas de troca de bens de consumo. O valor total que o governo pretende emitir este ano é o dobro do que emitiu em 2024.
O relatório ainda informa que a China irá fortalecer e refinar os mecanismos para o apoio mútuo entre o setor civil e o militar. Essa estratégia, conhecida como fusão civil-militar, é uma política nacional do Partido Comunista Chinês (PCC) que visa eliminar as barreiras entre os dois setores.