Sábado, 8 de novembro de 2025
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A China, após alertar que a intenção dos Estados Unidos de vender armas a Taiwan poderia “prejudicar as relações” entre as duas nações e classificar a iniciativa como uma “ameaça à segurança nacional”, suspendeu os intercâmbios militares com o país.

De acordo com a agência chinesa Xinhua, a retaliação também será estendida a empresas norte-americanas do ramo de armamentos.

“Este plano definitivamente prejudicará os laços entre China e EUA. Além de ter um impacto muito negativo nos intercâmbios e na cooperação entre os dois países, acarretará consequências as quais nenhuma das partes vai gostar de enfrentar”, disse o vice-chanceler Eis Yafei antes da decisão chinesa.

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Em uma nota publicada no site do Ministério de Assuntos Exteriores, o funcionário, que apresentou um protesto formal ao embaixador norte-americano na China, Jon Huntsman, pedira aos EUA que reconhessem “plenamente a gravidade do assunto”, revogassem “a decisão” e deixassem de “vender armas a Taiwan”.

As declarações foram uma reação a um anúncio feito ontem pelos EUA, que manifestou ao Congresso a intenção de vender a Taiwan mais de 6 bilhões de dólares em armamentos. No pacote, estariam incluídos 60 helicópteros Black Hawk, avaliados em 3,1 bilhões, 114 mísseis Patriot (2,810 bilhões), equipamentos de controle conhecidos como Multifunctional Information Distribution Systems (340 milhões), dois navios para desativação de minas (105 milhões) e 12 mísseis Harpoon (37 milhões).

Caso o Congresso não se oponha ao negócio em um prazo de 30 dias, a venda das armas será efetuada imediatamente após este período.

Contexto

Taiwan é um dos maiores motivos das diferenças entre EUA e China, já que Pequim considera a ilha parte de seu território e exige que Washington pare de dar apoio militar ao governo local.

Embora o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, tenha conseguido uma aproximação econômica e social com a China desde que tomou posse, em 2008, as disputas políticas entre as duas partes não foram totalmente superadas. Ma ainda acha que a ilha precisa reforçar sua capacidade de defesa contra Pequim, cujo poderio militar não para de crescer e que não renuncia ao uso de armas contra Taipe.

“A venda ajuda Taiwan a se sentir mais segura e confiante em seus intercâmbios com a China e impulsiona o desenvolvimento dos laços entre as duas partes do estreito de Formosa”, disse Ma hoje.

Já o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan classificou a decisão do governo de Obama “uma reafirmação de suas obrigações” com a ilha e uma demonstração do bom estado das relações bilaterais.

Em 1979, os EUA deixaram de manter relações diplomáticas com Taiwan para estabelecê-los com a China. No entanto, por meio da Ata de Relações com Taiwan, se comprometeram a reforçar a capacidade de defesa da ilha, da qual é o maior fornecedor de armas.

China suspende intercâmbios militares com os EUA após venda de armas para Taiwan

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