Tensão na Ucrânia: China volta a defender Rússia e diz que 'certas potências' incentivam o confronto
Declarações do chanceler chinês foram feitas durante Conferência de Segurança em Munique; tensão entre Kiev e Moscou domina debate entre os países
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou neste sábado (19/02) que as preocupações da Rússia com a Ucrânia devem “ser respeitadas” e disse ser contra o que chamou de “ressuscitar a mentalidade da Guerra Fria”.
As declarações foram feitas durante a participação de Wang na Conferência de Segurança de Munique, da qual participam EUA, União Europeia e diversos países europeus. O chanceler chinês ainda acusou “uma certa grande potência” de tentar “reviver a mentalidade da Guerra Fria e fomentar o confronto entre blocos”.
Referindo-se aos Estados Unidos, Wang afirmou que as ações de Washington são “contrárias ao progresso histórico”, pois corroem o Estado de Direito a nível internacional e tentam interromper a globalização.
O ministro chinês também defendeu os acordos de Minsk para uma solução para o conflito no leste da Ucrânia e disse esperar que o país não se torne a região de um confronto entre as principais potências mundiais.
Wang também expressou seu apoio à “salvaguarda da soberania, independência e integridade territorial de cada país”.
Por outro lado, destacou o compromisso da China com uma parceria estratégica com a União Europeia e disse que Pequim espera que a UE deixe de caracterizar sua relação com a China com base na competição.
Wikicommons
Chanceler chinês Wang Yi disse que preocupações da Rússia com a Ucrânia devem ‘ser respeitadas’
Zelensky também falou em Munique
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também discursou na Conferência de Munique neste sábado e disse que seu país precisa de garantias de segurança da comunidade internacional para evitar uma suposta invasão russa.
O mandatário pediu mais apoio do Ocidente e reforçou que vai defender o próprio país “com ou sem parceiros”. “Todos devem entender que não estamos pedindo uma doação”, disse.
“Não é apenas um gesto de generosidade, isso é uma contribuição de vocês para a segurança da Europa, para qual a Ucrânia tem servido como um escudo por oito anos”, afirmou.
O presidente também convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em vista da escalada militar em torno da Ucrânia e acrescentou que é necessário um roteiro para uma “possível integração da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico do Norte [Otan]”.
“Nas próximas semanas é necessário buscar novas garantias de segurança para a Ucrânia com os países do Conselho de Segurança e com a participação da Europa, Alemanha e Turquia “, concluiu.
Com a participação dos EUA, UE e diversos países europeus, a Conferência em Munique ocorre em meio à escalada de tensão entre a Ucrânia e a Rússia atingir novos patamares. Nesta sexta-feira (18/02), líderes separatistas das cidades fronteiriças de Donetsk e Lugansk ordenaram a evacuação de civis para o território russo alegando que Kiev prepara um ataque contra a região.
*Com Telesur e Ansa
