CIA contratou empresas privadas para seus voos secretos, revela ONG
CIA contratou empresas privadas para seus voos secretos, revela ONG
Os vôos secretos da CIA se tornaram um bom negócio para uma rede de empresas de transporte privado dos Estados Unidos, segundo os documentos divulgados nesta quinta-feira pela (01/09) organização humanitária Reprieve.
Os métodos utilizados para transportar suspeitos de terrorismo a prisões secretas ao redor do mundo foram revelados durante uma disputa judicial entre duas das companhias encarregadas dessa tarefa nos EUA.
As faturas, recibos, contratos e os e-mails apresentados como provas em um julgamento em Nova York, no caso que começou em 2007 e durou quatro anos, foram recolhidos pela Reprieve.
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“Estes documentos nos revelam de forma sem precedentes como o governo dos EUA conduziu secretamente as detenções e voos da CIA e volta a levantar a questão de por que os suspeitos nunca tiveram a oportunidade de serem julgados”, disse a representante legal da Reprieve, Cori Crider.
Como resultado do caso, protagonizado pelas empresas Sport Flight e Richmor, as identidades das companhias envolvidas no programa de voos secretos da CIA foram divulgadas pela primeira vez.
A documentação do caso revelou que o Exército dos EUA pagava 4.900 dólares por hora pelos aviões privativos que deviam estar disponíveis com um aviso prévio de 12 horas e que eram encarregados de transportar os detidos a prisões secretas da CIA.
Os documentos mostram ainda que os diretores das companhias envolvidas chamavam de “convidados” os presos que eram transportados a prisões secretas, onde eram torturados.
Uma das faturas revisadas no julgamento, que chega a 301 mil dólares, corresponde aos voos secretos de Encep Nuraman, o líder da organização terrorista da Indonésia Jamaah Islamiyah, que após sua detenção sobrevoou em oito dias o Alasca, o Japão, a Tailândia, o Afeganistão e o Sri Lanka.
Outra das faturas se refere à detenção e voos de Khalid Sheik Mohamed, o homem que se declarou mentor do ataque de 11 de setembro e que depois de sua detenção, em 2003, desapareceu após passar por prisões secretas dos serviços de inteligência dos EUA.
Além disso, a Reprieve denunciou que um dos aviões da empresa Gulfstream passou com frequência pelos aeroportos britânicos e irlandeses, como Glasgow, Shannon, Edimburgo e Luton.
A organização que luta contra a tortura revelou também que o governo norte-americano usou um mesmo avião, de propriedade do dono Liverpool FC, Philip Morse, em 52 ocasiões com destinos tão diversos como Guantánamo, Cabul, Bangcoc, Dubai e Tenerife.
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