Sábado, 19 de julho de 2025
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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou na noite desta terça-feira (25/05) episódios de violência policial ocorridos durante os protestos sociais na Colômbia, reiterando a importância do país permitir uma visita do órgão para avaliar a situação humanitária no marco das manifestações contra o governo de Iván Duque.

A organização criticou o uso excessivo de força e outros crimes praticados pelos agentes de segurança durante as marchas que se iniciaram em 28 de abril. 

Em comunicado, a CIDH expressou “extrema preocupação” pela “perda de vidas nos protestos”, afirmando que, segundo organizações sociais colombianas, 51 pessoas morreram durante as mobilizações, destacando a morte de Lucas Villa, estudante que levou oito tiros durante um protesto em 5 de maio

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Além dele, a organização relembrou os casos de Sebastián Quintero e Jhon Erik Larrahondo, que também faleceram enquanto estavam nas ruas.

“A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressa sua preocupação pela grave crise que a Colômbia enfrenta e condena as graves violações dos direitos humanos registradas durante os protestos sociais”, disse a entidade.

O órgão internacional ainda pediu que o governo colombiano “respeite os mais elevados padrões em matéria de liberdade de expressão, uso da força e devida diligência” nos protestos que acontecem em diversas cidades do país,

Comissão Interamericana de Direitos Humanos denunciou ações violentas da polícia e pediu que o governo colombiano 'respeite a liberdade de expressão'

Reprodução/ @cutcolombia

Organização criticou o uso excessivo de força e outros crimes praticados pelos agentes de segurança durante as marchas

Uma outra queixa da CIDH é em relação às restrições a suas atividades na Colômbia. A comissão fez uma solicitação ao governo colombiano em 14 de maio a fim de realizar uma visita de trabalho para “verificar a situação dos direitos humanos após episódios sucedidos de violência nas manifestações iniciadas em 28 de abril”.

No entanto, na segunda-feira (24/05), a vice-presidente e chanceler da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, disse que o país rejeitou a visita por “considerar” ser necessário que as próprias autoridades da Colômbia “terminem suas investigações”.

“Temos os pedidos da CIDH e do próprio secretário [Luis] Almagro. Todas as visitas são bem-vindas, mas neste momento consideramos que seja necessário esperar que as próprias autoridades de controle terminem de realizar suas tarefas e investigações dos casos”, disse.

No comunicado desta terça, a comissão reiterou a “importância” da realização de uma visita que “contenha todos os elementos que lhes permitam avaliar com objetividade a situação dos direitos humanos a fim de formular recomendações ao Estado”.

Pelo Twitter, a vice e chanceler da Colômbia publicou que se encontrou com representantes da CIDH nos Estados Unidos. De acordo com a publicação, Ramírez anunciou que a comissão foi “convidada” a estar no país “uma vez que os relatórios solicitados pela CIDH às autoridades colombianas tenham sido entregues”.

“Vamos definir em conjunto um formato que garanta que a comissão tenha a oportunidade de ouvir os diferentes setores e atores afetados pela greve, dando prioridade à transparência na divulgação da informação”, afirmou.