A presidenta eleita do México, Claudia Sheinbaum, aproveitou o anúncio de parte dos ministros que irão compor o seu governo, em cerimônia realizada nesta quinta-feira (01/08), para manifestar suas críticas à Organização dos Estados Americanos (OEA) e ao seu secretário-geral, Luis Almagro, por sua posição em relação às eleições na Venezuela e afirmou que a organização tem uma “opinião intervencionista”.
“Há alguns anos, a OEA vem exercendo um papel mais de intervencionismo que de coordenação dos países da América Latina e do Caribe. Essa postura era direcionada especialmente a Cuba em outro momento, e agora vemos que aponta principalmente à Venezuela”, disse a futura mandatária mexicana.
Sheinbaum ressaltou que sua postura com relação às eleições venezuelanas é a mesma do atual presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, de que seu país deve aguardar a divulgação das atas eleitorais para averiguar seu conteúdo e a partir daí tomar uma posição.
Nesse sentido, ela completou sua argumentação sobre o caso venezuelano apontando o que considera ser uma contradição da OEA: “suas autoridades não falam dos problemas em outros países, mas neste caso fala? Não parece ser coerente”.
Outra crítica de Sheinbaum à organização pan-americana tem a ver com a decisão da entidade de considerar o opositor Edmundo González Urrutia como vencedor do pleito na Venezuela, mesmo sem nenhuma prova que possa confirmar tal situação.
“Já é uma opinião intervencionista dizer que a oposição venceu na Venezuela. É muito importante, em primeiro lugar, a autodeterminação dos povos, particularmente neste caso da Venezuela, e que fique muito claro para todos os venezuelanos como foi resolvido”, acrescentou Sheinbaum.