Colonos judeus incendeiam mesquita na Cisjordânia
Colonos judeus incendeiam mesquita na Cisjordânia
Fotos: AFP
Colonos judeus radicais atearam fogo e destruíram uma mesquita na Cisjordânia, informaram hoje (11) fontes oficiais palestinas. Os autores do ataque fugiram, porém, funcionários da Defesa israelense confirmaram o ato de vandalismo e a administração local, órgão militar de Israel, iniciou uma investigação.
O incêndio aconteceu no vilarejo de Yasuf, perto da região de Samaria e a leste da cidade de Salfit. De acordo com relatos, os autores iniciaram o incêndio nos tapetes usados nas orações e na livraria, localizada no segundo andar da mesquita, destruindo todos os livros. Eles também picharam frases em hebraico (foto abaixo), como “nós vamos queimar todos vocês”.
Após a decisão do governo de congelar por dez meses a construção de assentamentos na Cisjordânia, anunciada no mês passado, colonos extremistas têm atacado os palestinos e suas propriedades.
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Por conta do atentado, o chefe da administração, o brigadeiro Yoav Mordechai, conversou com o governo palestino de Salfit e estava tentado coordenar um diálogo a respeito do tema. Oficiais israelenses declararam ter visto o ataque com gravidade.
Ahmed Tibi, do Movimento Árabe Unido para a Renovação, declarou após o atentado que “o ministro de Defesa, Ehud Barak, e o exército são responsáveis pelo crime e pela continuidade do selvagem comportamento de colonos contra os palestinos”.
Danny Dayan, líder do Conselho das Comunidades Judaicas da Judeia, Samaria e de Gaza, disse esperar que a polícia encontre os responsáveis. “Seja quem for o autor do ataque, isso não vai ajudar os assentamentos”, afirmou. “Este é um ato errado e absurdo”.
Já o ativista de extrema-direta Itamar Ben-Gvir avalia como culpados da situação Barak e o primeiro ministro Benjamim Netanyahu, afirmando que a decisão do governo de Israel de parar a construção em Cisjordânia estava causando raiva e agitação. “Netanyahu precisa frear essas medidas racistas para acalmar os ânimos”.
Conflito
Há dois dias, cerca de seis mil colonos judeus se concentraram em frente à residência de Netanyahu, em Jerusalém, para protestar pelo congelamento na construção dos assentamentos na Cisjordânia, medida adotada pelo governo israelense no dia 25 de novembro.
Desde que foi anunciada a moratória dos assentamentos, os colonos têm entrando em confronto com forças de segurança que escoltam os inspetores militares que supervisionam a aplicação da medida, que não inclui Jerusalém Oriental.
Embora o governo israelense afirme que esta é uma medida que teria como objetivo iniciar um diálogo entre os árabes e judeus, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) considera a medida insuficiente, por não incluir Jerusalém Oriental, nem as três mil casas onde já foram construídos os alicerces, nem infraestruturas públicas como escolas, centros de saúde e sinagogas.
O Mapa do Caminho, o plano de paz lançado em 2003 pelo Quarteto de Madri (ONU, Estados Unidos, União Européia e Rússia), obriga Israel a parar as construções nas colônias judias de Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.
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