Com a ajuda dos EUA, Guatemala inaugura base para combater narcotráfico
Com a ajuda dos EUA, Guatemala inaugura base para combater narcotráfico
Sob o argumento de combater o tráfico de drogas, o presidente da Guatemala, Álvaro Colom, inaugurou ontem (21) na costa oeste do país uma base militar feita com a ajuda da Agência Antidrogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês).
A Base de Divisão de Análise e Informação Antinarcótica foi instalada no quilômetro 102 da estrada para Porto Quetzal, no estado de Escuintla, e foram gastos de 30 a 40 mil dólares pelo governo dos EUA, afirmou ao jornal Prensa Libre Todd Robinson, funcionário da embaixada norte-americana. Fontes diplomáticas explicaram à agência Efe que os EUA contribuíram com a construção do edifício e com equipamentos para os dormitórios, mas não forneceu radares ou equipamento técnico.
Segundo o site LibreRed.net, a DEA, que tem carta branca para operar na Guatemala, é uma organização fortemente criticada e repudiada por países como Venezuela, Bolívia ou Equador, que consideram que, por trás do pretexto da luta contra o narcotráfico, há interesses intervencionistas e serviços de espionagem.
Durante o governo de Álvaro Arzú (1996-2000), o país firmou um convênio com os EUA, com enfoque no uso de helicópteros para a luta contra o narcotráfico. O programa, chamado Mayan-Jaguar, buscava destruir plantações de maconha e papoula.
Em 2008 a Guatemala foi incluída no plano Mérida, que consistia em proporcionar fundos para ser utilizados em programas de prevenção do consumo de drogas entre jovens e no combate às gangues.
O ministro do governo guatemalteco, Raúl Velásquez, explicou aos jornalistas que esta base é necessária porque, a cada ano, passam pelo país cerca de 400 toneladas de cocaína.Velásquez assegurou que o narcotráfico provocou altos índices de violência em todo o país e que a base de operações incrementará a segurança para os usuários de Porto de Quetzal, um dos maiores do país centro-americano.
A Guatemala está na rota do tráfico de drogas para os Estados Unidos. Em 2009, as forças de segurança local apreenderam quase sete toneladas de cocaína.
Presença norte-americana
Na América Latina, Colômbia e o Panamá também permitiram a instalação de bases militares em seu território sob a supervisão de Washington. O governo de Álvaro Uribe recebeu fortes críticas por anunciar a criação de seis bases militares em território colombiano.
A ação foi vista pela comunidade latino-americana como um atentado contra a soberania do país e uma forma de os EUA para aumentar seu controle militar na fronteira entre Colômbia e Venezuela.
Em 2005, a Venezuela decidiu “fazer um claro rompimento” com os acordos que mantinha com a agência anti-drogas americana. “A DEA não é absolutamente necessária para a luta contra o tráfico de drogas”, disse Hugo Chávez, para depois acrescentar que “temos detectado infiltração de inteligência que ameaçam a segurança nacional e a defesa”.
Em 2009, a Bolívia suspendeu “indefinidamente” as operações da DEA em seu país por comprovar serviços de espionagem e desestabilização contra o governo. “Temos a obrigação de defender a soberania do povo boliviano”, declarou Evo Morales, que em agosto desautorizou o vôo de aviões da agência dos EUA.
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