Pelo menos cinco civis foram mortos nesta quarta-feira (22/01) durante mais um dia de protestos violentos em Kiev. E, enquanto os confrontos ganham dimensões cada vez mais violentas, o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, se encontrou com três líderes da oposição para negociar o fim do conflito que desde o último domingo (19) tem se acentuado na capital ucraniana.
Agência Efe
Confrontos violentos deixaram pelo menos cinco mortos nesta quarta-feira na Ucrânia
“Novamente peço ao povo que não atenda às chamadas dos radicais políticos”, afirmou Yanukovich em declaração publicada no site da Presidência da Ucrânia, pouco antes da reunião. Para os três partidos da oposição parlamentar ucraniana, o presidente do país é o responsável pelas mortes e violência que tomam o país há quatro dias.
Hoje, pela primeira vez, um tanque das forças de segurança foi apontado na direção dos manifestantes pró-europeus. O veículo foi usado como parte de uma tática da polícia ucraniana contra as barricadas levantadas pelos manifestantes no centro da cidade.
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Agência Efe
Manifestantes montaram barricadas para tentar impedir o avanço da polícia
A ofensiva as derrubou parcialmente, dando origem a uma nova onda de violência, que se aumentou após a divulgação das mortes. Há indícios de que os mortos teriam sido atingidos por franco-atiradores em uma rua próxima à sede do governo. Contudo, a tropa de choque nega o uso de armas de fogo.
Dados apontam que há também pelo menos 300 pessoas feridas, com problemas desde amputações a cegueira.
Vídeo do site RT mostra policiais reprimindo manifestantes em Kiev:
União Europeia
Desde novembro, a Ucrânia tem vivido uma onda de protestos depois que o governo Yanukovich se recusou a assinar um acordo com a União Europeia. Desde então, milhares de pessoas saem às ruas diariamente para criticar — e também apoiar, no começo dos protestos — a decisão do presidente. Yanukovich argumenta que o acordo proposto pelo bloco europeu criaria dificuldades para a parcela mais pobre da população do país.
Para tentar conter a crise, a Ucrânia assinou um acordo comercial com a Rússia em que Moscou autoriza o envio de US$ 15 bilhões (R$ 35 bilhões) à Ucrânia. A proximidade ou não do vizinho russo também é um elemento importante para a oposição ucraniana pró-UE e os manifestantes que tomaram as ruas de Kiev.
Agência Efe
Presidente ucraniano (à direita, de blazer preto) se encontrou nesta quarta-feira com opositores para negociar saída para a crise