Com o real valorizado, a Argentina deve receber este ano 1 milhão de turistas brasileiros. A previsão foi feita nesta quinta-feira (20/10) pelo ministro argentino do Turismo, Enrique Meyer. Ele participou da solenidade de assinatura de um convênio bilateral com o ministro do Turismo do Brasil, Luiz Barreto, durante o 38ª Abav (Congresso Brasileiro de Agências de Viagem), no Rio de Janeiro.
O acordo visa a incentivar o turismo da terceira idade nos dois países, oferecendo facilidades tarifárias, como descontos de 35% nas passagens aéreas, além de pacotes personalizados para a faixa etária acima de 65 anos. “Nós buscamos fortalecer o movimento turístico de brasileiros para a Argentina. Com o convênio, vamos buscar boas alternativas de preços para o público da melhor idade, principalmente durante os períodos de baixa estação”.
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Ele disse que o objetivo é variar os destinos tradicionais dos brasileiros, como Buenos Aires e Bariloche, oferecendo alternativas como as províncias vinícolas, principalmente Mendoza, e a Patagônia Austral, de natureza selvagem e ainda pouco explorada.
Meyer ressaltou que a situação econômica da Argentina está melhorando, o que também deverá incentivar o turismo no sentido oposto. Ele destacou que um dos problemas que atrapalham o fluxo de turistas para o Brasil é a falta de manutenção das rodovias brasileiras. O turista argentino, por exemplo, tem o hábito de viajar de carro. No ano passado, 1,2 milhão de turistas argentinos visitaram o Brasil, metade por rodovias.
O ministro brasileiro Luiz Barreto afirmou que a melhor forma de equilibrar a balança turística que atualmente favorece a saída dos brasileiros, impulsionados pelo real forte, é por meio do barateamento das tarifas aéreas internas e das diárias dos hotéis. Segundo Barreto, o país recebeu 4,9 milhões de visitantes no ano passado, enquanto 4 milhões de brasileiros viajaram para o exterior. Este ano, ele prevê que o número de visitantes chegue a 5,2 milhões, mesma quantidade de brasileiros que farão turismo internacional.
“Vamos chegar a 6 bilhões de dólares a entrada de divisas, um recorde histórico, mas do outro lado também vai ser a maior evasão brasileira”, apontou Barreto. Ele ressaltou que há uma nova classe média nacional disposta a viajar e que a iniciativa privada deve ser criativa para atrair esse segmento, que melhorou de vida nos últimos anos, já pode comprar passagens aéreas em prestações, mas ainda sofre com o alto preço das diárias dos hotéis: “São 30 milhões de novos consumidores. Precisamos de maior oferta hoteleira e aérea. A competição é o melhor mecanismo para baixar preço”.
Barreto disse que os órgãos de turismo brasileiros devem priorizar a atração de visitantes dos países vizinhos, aproveitando eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “É fundamental aumentar nossa relação com o mercado da América do Sul. Se o mundo todo vive de viagens de curto alcance, como a Europa, onde 80% das viagens são internas, por que a gente não pode fazer isso? É insuficiente termos 2 milhões de sul-americanos no Brasil”, afirmou Barreto.
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