A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira (08/10) que prepara uma operação de “segurança e resgate” para “vigiar e interceptar” navios que transportam imigrantes africanos no Mediterrâneo. A medida é reflexo do naufrágio de Lampedusa que vitimou centenas de pessoas que pretendiam cruzar a fronteira italiana. Ao menos 235 morreram no acidente, segundo o último boletim oficial.
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Agência Efe
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“Vou propor aos Estados membros a organização de uma grande operação de segurança e resgate no Mediterrâneo, de Chipre a Espanha”, disse a comissária europeia Cecilia Malmström, à imprensa europeia. “ Também vou pedir o apoio e os recursos necessários para realizar o projeto. O objetivo é salvar vidas”, acrescentou, enaltecendo que a operação seria feita pela Frontex, agência europeia responsável pela vigilância das fronteiras.
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Segundo a comissária, a intenção é também melhorar o “acompanhamento, a identificação e o salvamento de embarcações de imigrantes”. “Pode ajudar a prevenir tragédias como a de Lampedusa”, disse. Nenhum detalhe de como e quando o processo será feito foi fornecido por Bruxelas.
Capitão preso
O jornal italiano La Repubblica noticiou hoje (08) que o capitão do navio foi preso e acusado de homicídio múltiplo, favorecimento de imigração clandestina e naufrágio. Khaled Ben Salem, 35 anos, de nacionalidade tunisiana, já tinha sido detido em abril por ter transportado 250 refugiados para Lampedusa. Ele foi liberado pela Justiça dias depois.
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Pedido de novas regras para imigrantes é negado
A maioria dos países da União Europeia recusou a proposta de estados do Sul – sobretudo Itália, Grécia e Espanha – de modificar as regras de concessão de asilo para imigrantes. Atualmente, o país que recebe o pedido deve assegurar alojamento e cuidados para os imigrantes.
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A ideia dos países do sul – que recebem grande parte dos imigrantes africanos – é realocar os estrangeiros em países em que o trânsito de imigrantes é baixo. No entanto, segundo informações da AFP, 24 dos 28 estados membros já opuseram-se a alterações.
A recusa foi confirmada pelo ministro alemão Hans-Peter Friedrich. “A Alemanha é o país que trata do maior número de pedidos de asilo na Europa”, disse.
Cecilia Malmström afirmou, no entanto, que hoje em dia “há seis ou sete países que assumem toda a responsabilidade” e anunciou que vai pedir aos estados que façam “o máximo para instalarem” mais refugiados.