O Comitê Jurídico do Senado norte-americano aprovou hoje (28) a nomeação da juíza Sonia Sotomayor para integrar a Suprema Corte do país, como era da vontade do presidente Barack Obama. Com isso, ela está a um passo de se tornar a primeira juíza de origem latina – ela é porto-riquenha – a integrar o alto tribunal.
Por 13 votos a favor e seis contra (todos republicanos, com exceção do senador Lindsay Graham, da Carolina do Sul), Sotomayor tem agora o caminho livre para que o Senado confirme a decisão, que será votada no plenário da casa na próxima semana.
“Não pode haver maior justiça. Não pode haver melhor decisão que esta”, considerou ao Opera Mundi o deputado federal José Serrano, também de origem porto-riquenha.
A nomeação de Sotomayor foi rodeada de polêmica, desencadeada pelos senadores republicanos, que consideram a juíza de tendência democrata e muito parcial em suas opiniões para integrar a Suprema Corte.
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Durante os três dias de audiências no Senado, Sotomayor foi questionada a respeito de diversos assuntos, como aborto, divórcio e minorias, além de sentenças suas sobre casos polêmicos, como discriminação racial e comportamento de agentes policiais.
Segundo analistas, a nomeação de Sotomayor por Obama sempre foi dada como certa, uma vez que os democratas possuem a maioria tanto no Senado como na Câmara de Deputados. Por isso, as críticas sempre estiveram mais ligadas ao público republicano do que ao resultado das audiências.
“Eles nunca tiveram muitas possibilidades. De resto, o currículo da juíza é impecável. Ela é uma mulher que não esconde o que pensa e é muito firme em suas decisões”, afirmou Daniel Alvarez, analista da Universidade Internacional da Flórida. E mais, acrescentou, “o pior que lhes aconteceu [aos republicanos] foi que ela mostrou claramente nas audiências que pode ser realmente independente, quando isso não acontece com os juízes do Supremo nomeados por [George W.] Bush e [Ronald] Reagan”, dois ex-presidentes republicanos.
Divorciada e com 54 anos, Sotomayor foi nomeada em maio deste ano por Obama, que destacou sua personalidade como “uma pessoa que vai levar à Suprema Corte um sopro de vento fresco e a racionalidade de uma mulher habituada a lidar com todo o espectro da vida norte-americana”.
Sotomayor é atualmente juíza do primeiro circuito de apelações de Nova York, nomeada pelo ex-presidente George H. W. Bush e confirmada por seu sucessor, Bill Clinton.
No entanto, para os republicanos, a juíza é considerada um “perigo”, entre outras razões porque pode representar uma voz partidária na Suprema Corte. “Não vou esconder. Estou muito preocupado com a possibilidade de que esta senhora tenha mais em conta seu pensamento do que as necessidades dos norte-americanos”, comentou Jeff Sessions, senador do comitê.
Comemorações
Grupos de hispânicos e setores progressistas norte-americanos comemoraram hoje (28) a aprovação da nomeação da juíza Sonia Sotomayor no Comitê Judicial do Senado norte-americano, estando a um passo para a posse no cargo.
Vanessa Cárdenas, porta-voz do Centro para o Progresso Norte-Americano, grupo vinculado aos democratas, disse à agência EFE que a confirmação do nome de Sotomayor na Suprema Corte trará uma perspectiva necessária e muito valiosa ao tribunal. “A maioria dos republicanos errou ao se opor à sua nomeação” acrescenta Vanessa. “Ela é uma juíza moderada e não uma ativista, como é acusada”, continuou.
O presidente do Partido Democrata, Tim Kaine, disse que a “incrível história pessoal” de Sotomayor serve de inspiração para todos, e que os norte-americanos devem sentir orgulho de que seu país “está a um passo de ter a primeira juíza latina na Suprema Corte”.
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