O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, declarou, no último sábado (23/11), apoio explícito a governadores de direita na eleição presidencial do Brasil em 2026, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Claudio Castro (PL-RJ), e ignorou o ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe e inelegível até 2030. A informação é do jornal UOL.
Sem citar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lottenberg, que chefia a organização sionista, foi incisivo ao criticar a posição do Brasil no conflito de Israel na Faixa de Gaza, e declarou: “posso dizer o seguinte: eu não convidei o atual presidente, mas o futuro presidente do Brasil está nessa sala”, declarou.
Além dos governadores, outros políticos da direita participaram do encontro, como o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, indicado para a Corte por Bolsonaro, também esteve presente.
Ainda conforme a reportagem, apesar do tom político, o evento foi marcado pela ausência de defesas diretas a Bolsonaro. Tarcísio de Freitas e Claudio Castro, aliados do ex-presidente, optaram por focar no conflito Israel-Palestina, enquanto Caiado, agora rompido com o ex-mandatário, reafirmou sua candidatura presidencial para 2026.
Tarcísio, em um dos discursos mais aguardados, criticou o ataque do Hamas em 2023 e a cobertura da mídia internacional. Caiado, por sua vez, buscou um tom conciliador em seu discurso e pregou a união da direita no pleito presidencial de 2026. “Vamos nos unir para vencer essas eleições”, afirmou.
Contudo, em declaração à imprensa após o indiciamento do líder da extrema direita, Caiado respondeu “e daí? Só tenho uma certeza: eu serei candidato”.
A Conib, que se define como uma entidade plural e apartidária, vê-se agora em meio a um debate sobre seu alinhamento político. Em 2022, a entidade publicou um manifesto destacando sua neutralidade, mas as declarações de Lottenberg no jantar colocam em xeque essa postura.
Enquanto isso, figuras como Zambelli e outros aliados minimizam os efeitos do indiciamento de Bolsonaro, enquanto a maioria deles nem se pronunciou sobre a decisão. A deputada afirmou que “indiciamento nada mais é do que encontrar indícios” e que ainda não há condenação.
(*) Com Brasil247