O Conselho Constitucional argelino confirmou nesta terça-feira (15/05) a vitória do partido governista FLN (Frente de Libertação Nacional) nas eleições parlamentares da última quinta-feira, nas quais a corrente islâmica foi fortemente derrotada.

O presidente do Conselho, Tayyip Belaiz, afirmou que o FLN obteve 221 assentos no Parlamento, enquanto o grupo opositor Assembleia Nacional Democrática ficou com 70 cadeiras e a aliança islamita Argélia Verde conseguiu apenas 47.

Os partidos têm a partir de agora 48 horas de prazo para apresentar possíveis reclamações, antes de o resultado ser considerado definitivo. Os números divulgados hoje por Belaiz apresentam algumas diferenças em relação às anunciadas na última sexta-feira (11/05) pelo ministro do Interior, Daho Ould Kablia.

De acordo com essas cifras, o FLN ganha uma cadeira a mais e o RND outras duas. A Argélia Verde – integrada pelo Movimento da Sociedade pela Paz, Al Islah (A Reforma) e Al Nahda (O Renascimento) – perde uma.

O FLN, liderado pelo presidente do país, Abdelaziz Bouteflika, fica assim muito perto da maioria absoluta, com 47,8% das cadeiras, o que representa um grande avanço em relação aos resultados de 2007, quando alcançou 35% dos assentos do Legislativo. Já o partido RND – do primeiro-ministro de saída, Ahmed Ouyahia – mantém praticamente o mesmo peso no órgão.

Os partidos que formam a Argélia Verde, que classificaram os resultados como fraudulentos, são novamente a terceira maior força no Parlamento. Dessa vez, contudo, com 10,1% dos deputados do Parlamento, cinco pontos percentuais a menos que em 2007.

O número de parlamentares de outros grupos, como o Partido dos Trabalhadores, que também denunciou supostas irregularidades, não sofreram mudanças significativas a respeito dos dados divulgados por Kablia no último dia 11.

Além disso, o presidente do Conselho Constitucional divulgou o número definitivo de participação nas urnas: 43,14% – um dado significativamente superior ao do pleito de 2007, no qual somente 36% dos eleitores foram às urnas.