O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta quarta-feira (25/09) que a contribuição dos países-membros do BRICS – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – para a economia global já excede a do G7, o bloco antagônico composto por países mais desenvolvidos.
“Um novo sistema de relações está sendo formado, com os países do chamado Sul Global assumindo papéis de liderança, países em crescimento dinâmico, participantes de associações de integração promissoras como, por exemplo, o BRICS”, disse Putin, acrescentando que a tendência dessas nações é de crescimento.
A declaração foi proferida no âmbito da reunião do presidium do Conselho de Estado russo, no qual o mandatário abordou assuntos como a economia nacional e o desenvolvimento de exportações não primárias e não energéticas da Rússia.
A autoridade russa lembrou que, em 1992, o G7 representava 45,5% do PIB mundial, enquanto os países do BRICS, sem contar os novos membros da organização, respondiam por 16,7%. Já em 2022, o G7 representava apenas 30,5%, enquanto o BRICS somava 31,4%.
Putin acrescentou projeções para 2028, cenário no qual o bloco dos países emergentes representará 27,9% do PIB global, em comparação com os 33,8% previstos para o BRICS. Segundo ele, a situação pode mudar ainda mais se as estatísticas levarem em consideração os novos integrantes do grupo do qual faz parte, podendo crescer para 38% em 2028.
“Essa tendência existe, continua e não desaparecerá. Este é um processo objetivo que não está ligado à situação atual, ou mesmo a conflitos, incluindo aquele que todos conhecemos”, disse o presidente.
Exportações com acordos em rublos
Putin salientou que a Rússia é uma participante ativa no comércio internacional, apesar dos desafios enfrentados pelas empresas de seu país. De acordo com o mandatário, o governo está “expandindo o alcance geográfico e fortalecendo a colaboração com parceiros confiáveis”.
“Nos primeiros sete meses deste ano, as exportações não primárias e não energéticas continuaram crescendo e aumentaram outros 5%, o equivalente a US$ 89,8 bilhões ( R$ 491,1 bilhões)”, disse o líder do Kremlin.
O presidente também retomou um assunto que foi abordado em junho, durante o XXVII Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, um dos maiores eventos empresariais do mundo. Na ocasião, Putin informou que de 2021 a 2023, a participação do rublo nos assentamentos havia quase triplicado e garantiu que seu país buscaria aumentar a parcela de acordos realizados em moeda nacional para o comércio com seus parceiros estrangeiros.
No encontro desta quarta-feira, o mandatário destacou que os acordos em rublos para exportações russas já estão se aproximando de 40%, e que seu país continua trabalhando nessa direção.
“No ano passado, a parcela de pagamentos para exportações russas em moedas ocidentais ‘tóxicas’ caiu pela metade. Ao mesmo tempo, a parcela de acordos em rublos em transações de comércio exterior está se aproximando de 40%”, assegurou.
(*) Com Sputnik e RT en Español