A Direção Geral de Mísseis da Coreia do Norte conduziu com sucesso o teste de lançamento de um novo míssil balístico tático capaz de transportar uma ogiva “supergrande”, de até 4,5 toneladas.
O anúncio foi dado por Pyongyang nesta terça-feira (02/07). De acordo com o governo do líder norte-coreano, Kim Jong Un, o teste do “Hwasongpo-11Da-4.5” teve como objetivo confirmar a “estabilidade do voo e a precisão de acerto em um alcance máximo de 500 quilômetros, e mínimo de 90 quilômetros”. O dispositivo será testado novamente em julho para verificar a possibilidade para um voo de médio alcance de 250 quilômetros.
A designação “Da” do míssil indica uma terceira versão do Hwasong-11, um dispositivo de curto alcance revelado em 2019 e baseado no projétil russo lskander que, assim como ele, é capaz de voar com uma trajetória quase balística.
A agência estatal de notícias KCNA informou que os resultados “têm grande significado” e que eles foram encaminhados para discussão na última reunião plenária do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores. O veículo também esclareceu que “os testes de novos sistemas de armas fazem parte das atividades normais” das forças norte-coreanas e de seus institutos de Pesquisa de Defesa.
Consequências fatais
Na segunda-feira (01/07), o governo norte-coreano denunciou que os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul conduziram o “Freedom Edge”, o primeiro exercício militar conjunto entre os três aliados na região de Daryeong — as águas que banham a Coreia do Norte. Tratam-se de testes de mísseis balísticos e defesa aérea, combate anti-submarino e defesa cibernética.
Em comunicado, Pyongyang alertou as nações para “consequências fatais” em caso de continuidade das “imprudentes manifestações militares e atos provocativos”. Além disso, lembrou que os três países já haviam realizado inúmeros exercícios militares conjuntos no passado, mas que “não houve precedente para a realização de atividades em grande escala como esta”.
A Coreia do Norte também acusou a recente manobra como “uma tentativa estratégica dos Estados Unidos para aumentar a tensão militar na região, exercer pressão sobre o Extremo Oriente da Rússia e cercar a China”.
“A regularização dos exercícios militares trilaterais conjuntos EUA-Japão-Coreia do Sul mostra que a estratégia de dominação global norte-americana para cercar e suprimir países soberanos independentes e garantir o seu domínio militar já ultrapassou uma linha perigosa e tem um impacto muito negativo no ambiente de segurança mundial e na situação geopolítica”, afirmou Pyongyang.