A realização de dois testes nucleares pela Coreia do Norte nesta segunda-feira (noite de domingo no Brasil) provocou reações de alerta ao redor do mundo; diversos países repudiaram as ações de Pyongyang. De acordo com a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, o país realizou um teste nuclear subterrâneo “bem sucedido”. Um comunicado oficial lido na rádio estatal norte-coreana disse que mais um teste foi “conduzido com sucesso (…) como parte de medidas para aperfeiçoar a dissuasão nuclear defensiva da República”.
Ativistas sul-coreanos protestam em Seul contra os dois testes nucleares promovidos pela Coreia do Norte – Jeon Heon-Kyun/EFE
Segundo a KCNA, o artefato usado foi mais potente do que o usado para um teste anterior, em outubro de 2006.
A US Geological Survey (instituto de pesquisa geológica dos Estados Unidos) disse que foi detectado um terremoto com 4,7 de magnitude às 00h54 GMT (21h54, hora de Brasília) a uma profundidade de 10 quilômetros.
Tanto institutos geológicos dos Estados Unidos quanto da Coreia do Sul disseram que o tremor indica uma explosão nuclear, e o Ministério da Defesa da Rússia também confirmou a realização do teste.
Poucas horas depois do teste, a agência de notícias sul-coreana Yonhap disse que a Coreia do Norte aparentemente realizou um outro teste, desta vez com um míssil de curto alcance. O governo norte-coreano confirmou a informação da Yonhap.
China
O governo chinês se manifestou hoje e divulgou sua “firme oposição” ao segundo teste nuclear realizado pela Coreia do Norte, seguido pelo lançamento de vários mísseis. “A Coreia do Norte desafiou a comunidade internacional com um novo teste nuclear”, afirmou o Ministério de Assuntos Exteriores da China, em comunicado.
“O Governo chinês expressa sua firme oposição a este teste”, acrescentou a circular da Chancelaria chinesa, que exige a Pyongyang que “mantenha seu compromisso de desnuclearização da Península Coreana, abstenha-se de realizar atos que possam piorar a situação e retorne ao diálogo”.
O primeiro teste norte-coreano, realizado em outubro de 2006, representou uma perda de prestígio internacional para Pequim, que desde 2003 lidera o diálogo entre as duas Coreias, Japão, Rússia e Estados Unidos para desmantelar o programa norte-coreano.
Conselho de Segurança
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a ação norte-coreana é uma ameaça à paz internacional.
O porta-voz do Ministério do Exterior do Japão, Kazuo Kodama, disse que seu país vai responder “de maneira responsável” nas Nações Unidas, mas não deu maiores detalhes.
Diplomatas preparam uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas ainda nesta segunda-feira.
A União Europeia qualificou o teste como “muito preocupante”.
O mercado de ações da Coreia do Sul registrou uma queda de 4%, refletindo temores de um aumento de tensões na região.
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