Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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Nos últimos dias, as ruas de Seul tornaram-se palco de manifestações em meio à expectativa para a aprovação, ou não, do impeachment do presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, do Partido do Poder Popular (PPP) de extrema direita, que tentou promover um autogolpe no país ao decretar a lei marcial, em 3 de dezembro de 2024.

O Tribunal Constitucional sul-coreano ainda não definiu uma data específica para o julgamento final, embora tenha anunciado nesta quinta-feira (20/03) que tomará uma decisão referente à destituição do primeiro-ministro Han Duck Soo na próxima segunda-feira (24/03). O premiê chegou a assumir o governo interino após o afastamento de Yoon, mas logo foi suspenso do cargo e substituído por Choi Sang Mok, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças.

Sem confirmação oficial, a imprensa local especula que o julgamento do mandatário afastado ocorra depois da decisão sobre o premiê Han.

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Protestos massivos

De acordo com a agência de notícias Yon Hap, nos últimos dias, milhares de pessoas passaram a se concentrar no centro da capital sul-coreana de Seul, próximo à sede do Tribunal Constitucional, no distrito de Jongno, onde a polícia reforçou suas medidas de segurança. O veículo relata que uma parte dos manifestantes seguram faixas e cartazes com slogans exigindo a saída de Yoon, enquanto a outra parte carrega bandeiras sul-coreanas e norte-americanas contrariando o impeachment. 

Nesta quinta-feira, durante uma coletiva em frente ao tribunal, a deputada Baek Hye Ryeon, do Partido Democrático da Coreia, principal sigla opositora, foi atingida por um ovo no rosto. No momento em que a parlamentar segurava um cartaz pedindo a destituição de Yoon, um manifestante supostamente favorável ao presidente afastado jogou o objeto contra ela.

X/안호영 국회의원/Deputado Ahn Heo Yeong
Deputada sul-coreana Baek Hye Ryeon, do Partido Democrático da Coreia, principal sigla opositora, foi atingida por um ovo no rosto durante uma coletiva realizada próximo ao Tribunal Constitucional, em Seul

Aos repórteres no local, Hye Ryeon rejeitou a postura, afirmando que “uma coisa dessas nunca deve acontecer em uma sociedade democrática”.

Diante da possibilidade de confrontos, a Agência Nacional da Polícia anunciou que, no dia do julgamento de Yoon, serão mobilizadas mais de 60% das unidades de controle do país.  A polícia pretende enviar cerca de 14 mil agentes especializados no controle de multidões para Seul, o que configura dois mil a mais em relação ao plano inicial. Segundo a entidade, caso haja necessidade, os policiais serão autorizados a usarem cassetetes extensíveis e gás lacrimogêneo.

Grupos e entidades que pressionam pela destituição de Yoon, como o tradicional Movimento à Luz de Vela, determinaram novos comícios pelos próximos dias nos arredores do Palácio Gyeongbokgung e da Praça Songhyeon, também no distrito de Jongno, perto da Corte, até o dia do julgamento de impeachment.