Terça-feira, 13 de maio de 2025
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A defesa do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol, do Partido do Poder Popular (PPP) de extrema direita, apresentou à Justiça nesta quinta-feira (02/01) uma objeção à execução do mandado de prisão do qual é alvo.

A ordem em questão foi emitida em 31 de dezembro pelo Tribunal Distrital da Coreia do Sul, atendendo a um pedido protocolado por uma agência conjunta de investigação. O órgão acusa o mandatário de ter cometido crimes de insurreição e abuso de poder quando decretou a lei marcial, em 3 de dezembro.

O advogado defensor Yoon Gap Geun argumenta que o mandado “viola a Lei de Processo Penal e a Constituição”. Ele anunciou ter entrado com o recurso no início da noite. Durante o dia, a imprensa local especulou sobre uma possível detenção do presidente afastado.

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A agência mencionada é formada pelo Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível (CIO, na sigla em inglês), pela unidade investigativa do Ministério da Defesa e pela polícia, e foi responsável por solicitar o pedido de prisão em 30 de dezembro, após Yoon ter ignorado todas as três intimações – nos dias 18, 25 e 29 – para ser interrogado sobre a imposição da lei marcial. 

De acordo com as cláusulas da Justiça, o mandado expirará em 6 de janeiro, motivo pelo qual os investigadores tentam acelerar a detenção. 

Caso Yoon seja preso, a expectativa é de que ele seja encaminhado ao Gabinete de Investigação Aerotransportada do Complexo Governamental de Gwacheon para ser interrogado. Em seguida, levado ao Centro de Detenção de Seul.

Rocio Paik/Opera Mundi
Equipes de segurança e polícia cercam a entrada da sede presidencial sul-coreana após retirar os apoiadores de Yoon Suk Yeol do local

Apoiadores de Yoon provocam imprensa e polícia

Pouco antes do meio-dia, dezenas de apoiadores do presidente afastado se reuniram e bloquearam a porta da sede presidencial localizada no bairro de Hannam, em Yongsan, numa tentativa de impedir a retirada de Yoon.

Muitos deles, segurando as bandeiras da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, ficavam sentados no chão em frente à entrada da residência. Em alguns momentos, porta-vozes dos grupos extremistas usavam alto-falantes para xingar Lee Jae Myung, líder do Partido Democrático, principal sigla opositora de centro. Os apoiadores de Yoon cogitaram apelar ao uso de armas e de violência contra os manifestantes contrários ao golpe que estavam no local.

“A lei marcial já está decretada! Ela já está decretada! A gente vai atirar na cara de vocês, seus comunistas!”, gritava um dos representantes.

As críticas também envolviam o presidente interino Choi Sang Mok, ministro de Finanças, que assumiu o cargo há menos de uma semana após a destituição do primeiro-ministro Han Duck Soo. Na quarta-feira (01/01), Choi nomeou dois juízes para o Tribunal Constitucional – órgão que decidirá sobre o impeachment de Yoon –, atendendo parcialmente à demanda da oposição para preencher as três vagas, de nove membros, que faltam na Corte. 

Durante a tarde, um dos apoiadores de Yoon começou a provocar a imprensa reunida no local, acusando-a de “deturpar a imagem” do presidente afastado e “editar reportagens” relacionadas ao cenário político. Já outro manifestante foi visto chegando próximo a um repórter cinematográfico para intimidar os jornalistas no local. 

Rocio Paik/Opera Mundi
Apoiadores de Yoon Suk Yeol deitam no chão e desobedecem ás ordens de evacuação da polícia

A polícia tentou evacuar tanto os apoiadores de Yoon quanto os profissionais da imprensa, concentrados na porta da Presidência. Em determinado momento, os aderentes do mandatário afastado se deitaram no chão para mostrar que não sairiam do local, ignorando as ordens que eram emitidas pelas autoridades policiais a cada cinco minutos, aproximadamente. No entanto, todos acabaram sendo detidos, após serem retirados à força.

Rocio Paik/Opera Mundi
Um dos porta-vozes dos apoiadores de Yoon Suk Yeol sendo retirado à força pela polícia

O movimento na porta da sede presidencial ficou mais agitado um dia depois que Yoon enviou uma carta aos seus apoiadores dizendo que “a República da Coreia (do Sul) está agora em perigo devido às ações das forças de usurpação da soberania e forças antiestatais dentro e fora do país”.

O líder da extrema direita sul-coreana concluiu sua mensagem afirmando que pretende “lutar até o fim para proteger este país”.