Segunda-feira, 19 de maio de 2025
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O papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21/04) aos 88 anos, em sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano. O líder da Igreja Católica sofria de “pneumonia bilateral” com “infecção polimicrobiana”.

Francisco havia recentemente superado o quadro, mas não resistiu a complicações de saúde que o acompanhavam há meses. Ele morreu às 7h35 (horário local) na Casa Santa Marta, onde escolheu viver desde o início de seu pontificado.

O rito de certificação da morte e de colocação do corpo do papa Francisco no caixão começará às 15h, em uma cerimônia na capela onde o pontífice morava. Segundo o camerlengo da Igreja Romana, o cardeal Kevin Joseph Farrell, que presidirá o rito, o corpo do papa Francisco permanecerá por três dias na Basílica de São Pedro para a visitação e oração dos fiéis.

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Escolhido para o cargo de camerlengo pelo próprio Francisco, o cardeal irlandês é quem estabelece como será realizado o sepultamento do pontífice. Em abril do ano passado, o papa Francisco anunciou uma série de medidas que simplificavam os rituais fúnebres, impedindo que os corpos dos pontífices ficassem expostos durante a cerimônia. Sua vontade será seguida.

Segundo a tradição da Igreja Católica, o funeral do papa começa na Basílica de São Pedro e termina com a missa de corpo presente na Praça de São Pedro.

O que acontece agora?

Com a morte do papa Francisco, o camerlengo assume o controle administrativo da Santa Sé e permanece nos despachos administrativos e cotidianos da Santa Sé, até a escolha do novo papa.

Desde 2019, o cardeal irlandês Farrell ocupa o posto. Ele foi o responsável nesta manhã pelo anúncio da morte de Francisco ao cardeal-vigário de Roma e à Igreja Católica. Durante a cerimônia, a ele cabe colocar o véu sobre o rosto do papa Francisco, indicando o falecimento. Ele também é incumbido de destruição do anel do pescador, a joia que todos os papam usam para assinar documentos.

Corpo de papa Francisco permanecerá 3 dias na Basílica de São Pedro
Tânia Rego / Agência Brasil

Isso feito, o camerlengo selará o quarto do papa e o seu escritório, tomando posse do Palácio Apostólico, que também será selado.

Ao cardeal Farrell também caberá escolher a data do novo conclave na Capela Sistina. Em tese, todos os 252 membros do colégio de cardeais podem ser escolhidos papas, 125 tem direito ao voto, que é secreto.

Segundo levantamento do UOL, entre os nomes que circulam estão os cardeais Robert Sarah (Guiné), Péter Erdo (Hungria), Matteo Maria Zuppi (Itália), Pietro Parolin (Itália), Jean-Marc Aveline (França) e Luis Antonio Gokim Tagle (Filipinas). Entre os não italianos, constam os nomes de Ángel Fernández Artime e Cristóbal López, ambos espanhóis, Carlos Aguiar (México), Christopher Schönborn (Áustria), Mario Grech (Malta) e Peter Turkson (Gana).

A morte do papa

Em fevereiro de 2025, acometido pela bronquite, o papa Francisco não conseguiu terminar um discurso no Vaticano. Ele teve alta do hospital no dia 23, o que lhe possibilitou dar a última bênção à multidão de fiéis neste domingo de Páscoa. “Queridos irmãos e irmãs, Feliz Páscoa”, disse na sacada da Basílica de São Pedro, antes embarcar em um passeio surpresa de papamóvel entre os fiéis católicos no domingo.

Primeiro pontífice da América do Sul e primeiro jesuíta a ocupar o cargo máximo da Igreja Católica, o argentino Jorge Mario Bergoglio fez de seu papado uma luta em prol dos mais pobres e da justiça social. Sua eleição, em fevereiro de 2013, após a renúncia inédita em 600 anos de papado pelo papa Bento 16, surpreendeu o mundo.

Desde então, ele pregou em nome dos mais pobres, denunciou as mazelas do neoliberalismo, modernizou a Igreja Católica, manifestou-se contra as guerras, foi um dos primeiros a defender a Palestina, pressionou pela reforma da Igreja Católica, buscou o diálogo com o mundo não-cristão e não se calou perante as injustiças do mundo, inclusive, as do Brasil.

Com UOL.