Efe
Painel em homenagem às vítimas do acidente ferroviário na Argentina; pelo menos 51 pessoas morreram
Manifestantes incendiaram e destruíram catracas na estação de Once, em Buenos Aires, durante um protesto contra as autoridades envolvidas no acidente de um trem que descarrilou na última quarta-feira (22/02), e ao aparecimento de mais um corpo, somente 57 horas depois da tragédia. Com isso, o número de mortos passa a 51 e mais de 700 pessoas ficaram feridas.
O corpo de Lucas Menghini Rey foi encontrado no fim da tarde desta sexta-feira (24), entre o terceiro e o quarto vagão do trem, que não freou ao chegar na estação. Apesar da falta de informações oficiais sobre o estado em que os restos mortais do jovem de 20 anos foi encontrado, estima-se que tenha sido em um local pouco visível e de difícil acesso.
Segundo a imprensa local, os pais do jovem e a polícia argentina identificaram a entrada de Menghini Rey no quarto vagão na manhã do acidente, na estação San Antonio de Pádua. Após a confirmação de que a vítima não tinha descido em outra estação, autoridades policiais voltaram à formação, que está interditada deste o final do resgate das vítimas.
A família de Lucas esteve durante mais de dois dias percorrendo todos os hospitais da capital e da Grande Buenos Aires em busca de informações sobre ele. A mãe do jovem, María Luján, chegou a reconhecer fotos no necrotério judicial portenho em busca do filho.
Ante as dificuldades de encontrá-lo, parentes, amigos e voluntários, chegaram a espalhar fotos do jovem pela estação e montaram um posto de distribuição de folhetos com informação do jovem no hall central do terminal ferroviário, ao lado de uma escultura, feita com papelão, simulando um humano que levanta um cartaz com o dizer: “Somos frágeis como papelão”.
Após a confirmação de que um corpo havia sido encontrado dentro do trem interditado há dois dias, passageiros se reuniram na estação para protestar contra os responsáveis pela empresa TBA S.A., que administra a linha ferroviária do acidente, e contra as equipes de resgate que não haviam encontrado os restos mortais de Lucas Rey.
Manifestantes gritavam “assassinos”, “que todos saiam” e “não podiam revisar o trem, caras de pau” às autoridades presentes. O protesto, que começou com panelaço e batidas nas catracas e placas de metal da estação, acabou com destruição de muitos dos molinetes, vitrines e focos de incêndio. Após alguns minutos, a polícia interveio, atirando gás lacrimogêneo na direção dos protestantes e esvaziando a estação, que foi fechada após os incidentes.
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