O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou na noite deste domingo (02/04) que a “revolução voltou a triunfar” no país e declarou que o candidato do governo, Lenín Moreno, venceu o segundo turno da eleição presidencial.
“Resultados oficiais CNE: mais de dois pontos de diferença… Lenín presidente! A fraude moral da direita não ficará impune. Grande notícia para a Pátria Grande: a revolução voltou a triunfar no Equador. A direita derrotada, pese seus milhões e sua imprensa”, afirmou o mandatário, pelo Twitter.
Antes da divulgação dos resultados, Correa havia agradecido os cidadãos do por lhe permitir gozar do “privilégio” de servi-los durante dez anos, já que em 24 de maio deixará o poder, que assumiu em 2007.
“Embora nunca busquei nada para mim, foi um verdadeiro privilégio poder servi-los todo estes anos”, declarou o líder durante o ato institucional de abertura das eleições. “Só tenho palavras de gratidão para meu povo, que em sua imensa maioria sempre nos respaldou, até nas horas mais duras”, afirmou.
No primeiro turno, Moreno obteve 39,36% dos votos, enquanto Lasso ficou em segundo, com 28,09%.
Ex-vice
Lenín, de 63 anos, anunciou em outubro do ano passado, quando aceitou a indicação para candidatura do presidente Correa, que seu companheiro de chapa na cédula eleitoral seria o atual vice, Jorge Glas. O agora presidente eleito defende uma “cirurgia maior” contra a corrupção e promete a criação de 250 mil postos de trabalho ao ano, assim como ações para a construção de 40 escolas técnicas e a erradicação da desnutrição infantil.
Com Moreno, o correísmo pretende continuar a “Revolução Cidadã”, que impulsionou políticas de inclusão social desde a chegada da Aliança País ao poder em 2007, além de implementar uma nova constituição em 2008. Tendo como inspiração a Revolução Liberal do Equador na virada do século 19 para o século 20, a atual constituição equatoriana segue a linha política do bolivarianismo.
Agência Efe
Lenín Moreno foi eleito presidente do Equador neste domingo
Oposição alega fraude
Lasso disse que os resultados do pleito apontam para uma “pretensão de fraude”. “Vamos defender a vontade do povo equatoriano frente a essa pretensão de fraude que tem como objetivo instalar um governo que seria, desde já, um governo ilegítimo”, disse.
“Senhor Correa, não brinque com fogo. Não tente os cidadãos equatorianos. Aqui é gente que não tem medo. Vamos enfrentá-lo e seguir enfrentando”, disse.
Ele também chamou seus correligionários a irem às ruas. “Atuemos de maneira pacífica, mas firme. Há que se ir às ruas e dizer: não roube meu voto, porque queremos uma mudança no Equador”, concluiu.