A iniciativa de criar um imposto para as transações financeiras internacionais ganhou novos apoios nesta sexta-feira no fim da cúpula do G20, mas ainda não conta com a aprovação de algumas das grandes potências. A taxa serviria para controlar o fluxo de capitais especulativos e poderia financiar programas de combate à pobreza e de incentivo às economias afetadas pela crise.
O projeto, que a Presidência rotativa francesa do G20 pretendia incorporar na cúpula, ainda é visto com receio por países como os Estados Unidos.
Entretanto, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que “alguns países estão decididos” e que a Comissão Europeia, Alemanha, Espanha, Argentina, União Africana, Etiópia, África do Sul, Brasil e a ONU (Organização das Nações Unidas) apoiam a França nessa iniciativa.
“Eles mostraram seu interesse e estão de acordo com o princípio dessa taxa”, afirmou Sarkozy ao explicar os resultados da cúpula do G20. “Para cumprir com os desafios do desenvolvimento temos que contar com instrumentos financeiros inovadores”, acrescentou.
Para o presidente francês, essa nova taxa “é um imperativo moral”, e a França mobilizará a opinião pública para conseguir este objetivo.
Ele mostrou confiança de que o imposto possa ser aplicado já em 2012, mas reconheceu que muitos detalhes ainda precisam ser acertados, entre eles qual será o emprego final dos recursos obtidos com o imposto.
“Pelo menos no princípio avançamos. Depois veremos como será canalizado o dinheiro obtido. A França acredita que a maior parte deve ser dedicada ao apoio ao desenvolvimento”, afirmou.
O comunicado final da cúpula do G20 não menciona a taxa sobre as transações financeiras internacionais, que movimentou algumas ONGs que participaram da cúpula em Cannes, mas sem opinar em suas deliberações.
A ONE, uma ONG internacional que luta contra a pobreza, lamentou a ausência de um “acordo concreto” para lançar de maneira efetiva a aplicação da taxa sobre as transações financeiras.
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