As 400 maiores instituições de filantropia do mundo registraram uma queda de 11% no volume de doações no último ano como consequência da crise econômica mundial, apontou relatório anual feito pela instituição norte-americana Giving Foundation (Fundação Doando, em português) e publicado pelo site da Chronicle of Philanthropy (Crônica da Filantropia) nesta segunda-feira (18/10).
Esta é a maior queda já registrada nos últimos 20 anos, quando a Chronicle of Philanthropy começou a fazer o registro. Em 2008, quando a crise começou, a queda foi de 3,6%. A razão para a queda ter sido maior em 2009, segundo a publicação, é que, apesar da recessão ter começado no final de 2008, a taxa de desemprego continua elevada.
O estudo Giving Foundation mostra que, no total, houve uma contribuição no valor de 68.6 bilhões de dólares para instituições de filantropia e que as menos prejudicadas são as de maior porte. A United Way (Associação Caminhando Juntos, no Brasil) e o Exército da Salvação, por exemplo, continuam com a maior arrecadação. “Geralmente, as instituições maiores são as mais resistentes”, explicou o editor da Chronicle Stacy Palmer.
O relatório chamou atenção também para o tipo de contribuição feita pelos colaboradores. Comida, medicamento e roupas são os itens mais recebidos, em vez de dinheiro. Das instituições avaliadas em 2009, apenas quatro tiveram aumento nas contribuições. Entretanto, para a maioria, não foi registrado em dinheiro, mas em outros materiais. A norte-americana Catholic Charities registrou aumento de 66% e a AmeriCares Foundation, 18.1%, com números impulsionados pela doação de remédios e de comida. O balanço considera apenas doações privadas.
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Novas abordagens
O Exército da Salvação, com sede em Alexandria, no Egito, manteve a segunda posição no ranking, depois da United Way, com 1.7 bilhões de dólares. A queda foi de 8.4%. “Pelo menos nosso Natal foi extraordinário”, disse o chefe de Relações Públicas do Exército da Salvação George Hood. A campanha do grupo levantou 130 milhões de dólares em 2008 e, em 2009, 139 milhões de dólares. “As pessoas pensam mais neste período e fazem um balanço do quanto destinaram à caridade”, disse ele.
Hood disse também que o Exército da Salvação está buscando formas de atrair doadores mais jovens, pois a maior parte é formada por pessoas que viveram durante a Segunda Guerra Mundial (1393-1945). Na semana passada, a organização disponibilizou maiores canais para doação por mensagem de texto de celular (sms) e está analisando lançar jogos online para tentar atrair os jovens. “Temos que aproveitar o que a tecnologia oferece para encontrar uma maneira rentável”, explicou Hood.
O Exército da Salvação já havia testado a doação por sms após o terremoto que devastou o Haiti em 12 de janeiro de 2010. Na época, bastava enviar uma mensagem com o texto “HAITI” para um número fornecido pela instituição para doar cinco dólares. O serviço estava disponível apenas no Canadá, mas permitiu que a instituição arrecadasse 50 mil dólares.
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