O sistema elétrico nacional de Cuba sofreu um desligamento total na manhã desta sexta-feira (18/10), segundo informou o Ministério de Energia e Minas (Minem) do país. Através das suas redes sociais, a pasta comunicou o “desligamento total” de seu sistema e o trabalho das autoridades para a restauração.
Tras la salida imprevista de la CTE Antonio Guiteras, a las 11 de mañana de hoy se produjo la desconexión total del Sistema Electroenergético Nacional. La Unión Eléctrica trabaja en su restablecimiento.
— Ministerio de Energía y Minas de Cuba 🇨🇺 (@EnergiaMinasCub) October 18, 2024
De acordo com o Minem, o desligamento aconteceu em decorrência de problemas na termelétrica Antonio Guiteras, localizada no oeste do país caribenho, uma das maiores e mais eficientes do país. A geração térmica garante a maior parte da energia consumida pelos cubanos.
Alfredo López Valdés, o diretor-geral da estatal responsável pelo setor, Unión Eléctrica, especificou que os dois principais blocos de geração térmica, as termelétricas de Felton (leste) e Guiteras (oeste), estão em manutenção “para recuperar a capacidade projetada de ambas as plantas”.
Contudo, o responsável garantiu que a situação deve melhorar a partir desta sexta-feira com o descarregamento de um navio de óleo combustível no país, que deveria ter chego em 9 de outubro, mas sofreu atrasos devido a onda de mau tempo no país.
Já o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, declarou “prioridade absoluta” para solucionar a situação. “Não haverá descanso até que seja restaurado”, afirmou por meio das redes sociais.
Desde la dirección del país estamos dedicando absoluta prioridad a la atención y solución de esta contingencia energética de alta sensibilidad para la nación.
No habrá descanso hasta su restablecimiento. https://t.co/QbdZh43LRo
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) October 18, 2024
Soluções do governo
O governo cubano emitiu, também nesta sexta, um documento informando ações para solucionar “a complexa situação eletroenergética do país”, de modo que a crise “afete o mínimo possível a população”.
Compreendendo que crise é causada por três fatores importantes: estado das infra-estruturas, falta de combustível e aumento da demanda, o governo aprovou um plano para lidar com a crise, objetivando “a recuperação progressiva do centrais e locais termelétricos, o aumento da produção nacional de petróleo bruto e a utilização de fontes de energia renováveis”.
Assim, Díaz-Canel ordenou um racionamento de eletricidade, com paralisação de atividades laborais não essenciais, o incentivo ao trabalho remoto, o desligamento geral de instalações vazias e o desligamento, durante horários de pico, de equipamentos de alto consumo como geladeiras, fornos e refrigeradores.
O mandatário cubano ainda salientou o desenvolvimento “de uma nova regulação do consumo energético no setor privado”, estudando um sistema diferenciado de taxas de pagamento, principalmente para grandes consumidores.
Por sua vez, Edrey Rocha González, diretor-geral da União Petrolífera de Cuba (Cupet), informou ainda que a partir desta sexta-feira será distribuído gás liquefeito por todo o país, o que chegará progressivamente a mais famílias, e reduzirá o consumo de energia eléctrica para cozinhar os alimentos.
Repetidamente, o presidente Díaz-Canel e outras autoridades cubanas salientaram que o bloqueio econômico dos EUA contra Cuba é o principal obstáculo à aquisição de moedas convertíveis que permitam a compra de combustível para produzir eletricidade e manter a infraestrutura de produção no país.
Situação semelhante ocorreu em março passado, quando o mandatário também culpou a escassez “pelo bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos”.
(*) Com TeleSUR