O governo de Cuba iniciou nesta quinta-feira (16/01) a libertação de um grupo de 127 militantes de grupos anticomunistas que estavam presos no país acusados de participarem de ações de desestabilização contra o governo.
A decisão foi tomada como resultado de um acordo mediado por representantes da Igreja Católica ligados ao papa Francisco, em diálogo no qual também participaram autoridades do governo dos Estados Unidos.
Segundo o site Vatican News, após o acordo entre o governo cubano e os delegados enviados pelo sumo pontífice, a Supremo Tribunal Popular de Cuba autorizou a libertação de um total de 553 militantes de grupos anticomunistas, que serão soltos em diferentes etapas.
Esta primeira parte do acordo, ratificada mediante decreto da juíza Maricela Sosa, incluiu a revisão das penas de 127 presos, dos quais 121 passarão ao regime de liberdade condicional, enquanto outros seis tiveram sua pena extinta por motivos de idade ou de saúde.

Justiça cubana autotizou a libertação de 127 presos; acordo prevê soltura de um total de 553 militantes anticomunistas
Entre os presos libertados nesta quinta-feira, o nome mais destacado é o de José Daniel Ferrer García, um líder do grupo anticomunista União Patriótica de Cuba e ex-integrante do Movimento Cristão de Libertação, também defensor da derrubada do regime socialista no país e promotor de ações de desestabilização.
Na última terça-feira (14/01), o governo dos Estados Unidos anunciou que removeu Cuba da lista montada pelo próprio país, na qual relaciona as nações consideradas pela Casa Branca como “patrocinadoras do terrorismo”. A medida estaria ligada, segundo a imprensa estadunidense, ao compromisso cubano de libertar presos ligados a grupos anticomunistas.
Porém, com o iminente retorno de Donald Trump ao poder, a perspectiva é de essa medida adotada por Biden seja revertida pelo próximo governo, já que o endurecimento das políticas contra Cuba e Venezuela foram parte importante do discurso que levou o líder da extrema direita estadunidense a vencer as eleições de novembro passado.
Vale lembrar que Trump anunciou que o chefe da diplomacia no próximo governo será Marco Rubio, filho de dissidentes cubanos que vivem na Flórida.
Com informações de Vatican News.