Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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O Ministério das Relações Exteriores de Cuba (Minrex) rejeitou nesta terça-feira, por meio de um comunicado oficial, o Memorando Presidencial do governo dos Estados Unidos emitido em 30 de junho de 2025. O documento representa uma reedição e emenda do Memorando Presidencial de Segurança Nacional nº 5, originalmente publicado em 16 de junho de 2017, no início do primeiro mandato de Donald Trump.

“Rejeitamos os infames documentos do governo dos EUA que intensificam ainda mais o cerco e a guerra econômica contra Cuba, e que servem unicamente aos interesses daqueles que lucram com a dor, o sofrimento e as carências do nosso povo”, declarou o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, na rede social X.

O comunicado acrescenta que a decisão revela “a conduta agressiva e os propósitos hegemônicos daquele país”, e que tanto o texto original quanto sua nova versão contêm um conjunto de medidas voltadas a fortalecer ainda mais o bloqueio econômico e a provocar maiores privações ao povo cubano.

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A chancelaria cubana também denunciou a imposição de pressões sobre entidades comerciais e financeiras em qualquer parte do mundo, com o objetivo de impedir seus vínculos com Cuba. “A mesma política que incentiva ações judiciais nos tribunais dos Estados Unidos contra investidores em nosso país, que determinou a caluniosa inclusão da ilha na lista de Estados supostamente patrocinadores do terrorismo, com suas nefastas consequências para a economia nacional”, destacou o comunicado.

‘EUA intensificam ainda mais o cerco e a guerra econômica contra Cuba’, afirma presidente cubano
Reprodução X / DíazCanel

Política hostil

Nesse contexto, Cuba denunciou que “a política hostil assim definida viola o Direito Internacional e numerosas resoluções da ONU”.

Além disso, o governo cubano classificou como agressão o uso da coerção econômica para pressionar uma nação soberana, com o objetivo de “quebrar a vontade política de toda a nação e submetê-la à ditadura hegemonista dos Estados Unidos”.

“Não é por acaso nem por capricho que, desde 1992, a Assembleia Geral da ONU exige quase unanimemente o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro”, reforça o texto.

O Ministério das Relações Exteriores também apontou que os Estados Unidos, ao justificar tanto o memorando original quanto sua reedição, utilizam termos como “democracia, direitos humanos, liberdade religiosa e outros”.

No entanto, a nota afirma que os argumentos apresentados pelos EUA são “incompatíveis com a conduta histórica abusiva e transgressora do governo norte-americano”. E denuncia o esforço contínuo para “destruir o socialismo e converter a economia cubana ao capitalismo”.

“Cuba é um país pacífico, estável, solidário e com relações amistosas com praticamente o mundo inteiro. A política que os EUA aplicam responde aos interesses estreitos de uma camarilha anticubana e corrupta que fez da agressão ao vizinho um modo de vida e um negócio altamente lucrativo”, conclui o comunicado.