Entrou em vigor nesta sexta-feira (01/01) em Cuba um novo plano econômico que unifica as duas moedas que estavam em circulação no país. Com isso, o peso conversível (CUC), que circulava há 26 anos, deixa de existir. A partir de hoje, a ilha passa operar somente com o peso (CUP).
O CUC, que tinha paridade com o dólar, era restrito a apenas alguns setores da economia, como o do turismo e o de importações.
A nova moeda única tem uma taxa de câmbio fixa: 24 pesos cubanos por um dólar. Durante os próximos seis meses, a população cubana poderá trocar seus pesos conversíveis na taxa de CUC 1 x 24 CUP.
O governo admite que as empresas estatais, que respondem por 85% da economia, registrarão imediatamente um aumento nos custos de produção com o fim do CUC. Por isso, planeja implementar incentivos à exportação.
Para os trabalhadores, o novo plano econômico, chamado “Tarefa de Ordenamento”, prevê um aumento no salário mínimo, que passará a ser 2,1 mil pesos, que cobre 1,3 cestas básicas.
Sobre o aumento do salário e um possível risco de inflação, ministro da Economia e Planificação de Cuba, Marino Murillo, afirmou em dezembro que a própria dinâmica da economia após a implementação do plano dará conta de manter os preços justos, além de o governo continuar a exercer uma política de fiscalização contra a especulação.
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A partir desta sexta (01/01), o peso conversível deixa de existir em Cuba
“Estaremos rompendo um grande círculo vicioso, pois não podíamos subir o salário porque não havia produção que desse respaldo, e não havia produção que desse respaldo porque o salário não estimula o consumo das pessoas”, disse o ministro.
Para Murillo, a importância do plano está em “atuar de formas diferentes para distribuir as riquezas”. “Estamos criando condições para que o trabalho seja a principal fonte de riquezas”, disse.
Ao retirar o peso conversível, que tem paridade com o dólar, o governo espera incentivar as empresas nacionais exportadoras, já que o CUP sofrerá uma desvalorização e se tornará mais atrativo para o comércio exterior.
“É importante, no primeiro ano, controlar essa desvalorização que ocorre de maneira natural em um processo como esse. Assim que a economia reagir, podemos liberar um pouco esse câmbio, mas antes temos que gerar riquezas e o trabalho tem que ser mais eficiente”, explicou o ministro.
O objetivo do plano, segundo o governo cubano, é “corrigir distorções” na economia do país, que enfrenta sanções e um bloqueio econômico dos Estados Unidos. A expectativa é que a mudança facilite os investimentos estrangeiros em um momento de dificuldade. Cuba depende em grande medida do turismo, drasticamente afetado pela covid-19.