O balneário de Cannes, no sul da França, famoso por sediar o maior festival de cinema do mundo, começou nesta quinta-feira (03/11) a viver um clima um pouco diferente do glamour e dos artistas no tapete vermelho, com o início da reunião de cúpula do G-20 –grupo das 20 maiores economias do planeta.
A cidade está praticamente sitiada. Na estação de trem, algumas dezenas de policiais observam atentamente quem chega e quem saí. Cerca de 8.000 pessoas estão presentes para os dois dias do encontro, cujo tema principal será inevitavelmente o clima de tensão entre a União Europeia e o governo da Grécia, que buscam uma saída para a crise da dívida do país mediterrânico, que pode arrastar todo o continente.
Efe
Cerca de 12.000 agentes fazem a segurança do encontro, em uma cidade de 70 mil habitantes
Há poucas horas, a cerimônia de abertura da cúpula aconteceu apenas na presença de fotógrafos e cinegrafistas, já que até mesmo os jornalistas tiveram o acesso negado.
A cidade de cerca de 70 mil habitantes foi divida em duas zonas de segurança controladas por 12 mil homens da polícia, polícia marítima e cavalaria, vindos de toda a França. A zona 1, onde se concentram os quatro hotéis de luxo, que acolhem as delegações dos vinte chefes de estado das principais economias mundiais e o Palácio de Festivais, sede do evento, foi totalmente privatizada, assim como sua famosa praia.
Apenas a zona 2 é acessível para a imprensa, moradores e comerciantes, que há dois meses estão sendo cadastrados para obterem uma credencial nominal de acesso. Ruas foram fechadas, circulação e estacionamento, proibidos. O controle de credenciais é feito mesmo dentro dos ônibus do transporte especial destinado aos jornalistas. Até o retorno das férias escolares, previsto para essa semana na França, em Cannes foi adiado para a próxima segunda-feira (07/11).
O plano de segurança elaborado pelo governo francês, que preside atualmente o G20, quer evitar qualquer tipo de incidente e ameaça terrorista a seis meses das eleições presidenciais no país. Cannes, graças a sua geografia e importante rede de câmeras de vigilância, facilita o trabalho. De acordo com a prefeitura, desde 2001 a cidade investiu em um sistema em expansão de câmeras de vigilância. Ao total 260 delas funcionam 24 horas, ou seja, uma câmera para cada 280 habitantes.
Efe
Líderes vão discutir saída para a crise na Europa e imposto para controle internacional de capitais
Nas estações de trem das cidades próximas, um anúncio sonoro informa que até o fim da reunião de chefes de estado, o acordo Schengen, de livre circulação de pessoas na UE, está suspenso. Foram reestabelecidas as fronteiras da região com a Itália. Cerca de 350 homens foram deslocados para controlar os pontos de conexão com o país, mesmo o grupo de resgate em montanhas foi transferidos para apoiar a operação. Imigrantes clandestinos ou militantes exaltados definitivamente não são bem-vindos.
O Contra-G20, protesto que acontece a 30 km da cidade, por decisão de seus organizadores, recebeu um reforço de 2.500 policiais que estão a postos em praças e pontos estratégicos. Nas estradas o trafego também foi alterado, o transporte de cargas está temporariamente proibido.
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