Avança no Congresso dos Estados Unidos o projeto de lei que permite aos norte-americanos de origem cubana viajar para Cuba uma vez ao ano, e não a cada três anos, como determina a lei atual, sancionada em junho de 2004 pelo ex-presidente George W. Bush.
A “Ata pela Liberdade de Viajar a Cuba”, que prevê o aporte de US$ 410 milhões, foi aprovada ontem (25) pela Câmara de Representantes (deputados), com 245 votos a favor e 178 contra – embora seja um projeto bipartidário. Para entrar em vigor, ainda precisa ser aprovada no Senado, onde os democratas terão que conseguir pelo menos 60 votos para impedir qualquer tática dos republicanos para derrubá-la. Há 100 senadores.
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“É uma ação compassiva, que corrige uma medida que restringia as visitas e, além disso, envia a mensagem de que o Congresso apóia (…) uma mudança na política para Cuba”, disse o deputado democrata José Serrano à Associated Press.
Serrano explicou que a lei permitirá aos cubano-americanos gastar US$ 179 ao dia durante a estada e visitar parentes. Além disso, acabará com os obstáculos à venda de remédios e alimentos para Cuba, de modo que, por exemplo, Havana possa pagar pelos produtos norte-americanos quando estes chegarem à ilha, e não com antecedência.
“Cuba é o único país que tem que pagar à vista”, observou o deputado. “Isso é algo irônico se parte de nosso desejo é propiciar uma mudança na ilha. O crédito é a essência do capitalismo”.
Desde 1980, os Estados Unidos exercem bloqueio a Cuba. Atualmente, um norte-americano, ainda que seja um exilado cubano naturalizado, pode ser multado em até US$ 150 mil por viajar para a ilha sem autorização do governo.
Brasil defende aproximação
Durante reunião realizada ontem em Washington, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, afirmou à secretária de Estado, Hillary Clinton, que uma mudança da política dos Estados Unidos em relação a Cuba “seria muito importante” para melhorar o relacionamento dos norte-americanos com a América Latina e o Caribe.
“Procurei ressaltar a importância para os Estados Unidos do momento de mudança política na América Latina, da grande diversidade (…) da mudança em relação a Cuba”, disse Amorim.
O encontro com a secretária de Estado serviu para preparar a visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará a Barack Obama, em março.
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