O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou hoje (2) que o avião Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira) identificou diversos materiais que compõem uma aeronave (fios e metais) em uma faixa de cinco quilômetros de extensão, confirmando assim que se trata do Airbus da Air France que desapareceu nas proximidades da costa brasileira.
“Hoje foi encontrado um conjunto de destroços em uma faixa de cinco quilômetros na superfície, no arquipélago de São Pedro e São Paulo. São destroços do avião da Air France”, confirmou o ministro, durante coletiva no hotel Windsor, no Rio de Janeiro, onde estão reunidos os familiares dos passageiros.
Ministros da Aeronáutica, Juniti Saito, e da Defesa, Nelson Jobim, dão coletiva de imprensa no Rio de Janeiro – Antonio Lacerda/EFE
Jobim disse que já solicitou ao Ministério das Relações Exteriores que comunique ao governo francês que o governo brasileiro vai começar as buscas dos corpos. De acordo com o ministro, as investigações ficam sob responsabilidade do governo na qual a aeronave foi registrada, no caso, a França. O Brasil ficará responsável pela busca de corpos e destroços. O resgate será feito por navios e aviões. “O que for encontrado será levado a Fernando de Noronha e também a Recife”, disse.
O ministro ressaltou aos familiares que a possibilidade de se encontrar sobreviventes é remota. “A profundidade na região varia entre 2 mil e 3 mil metros”. Jobim afirmou que os esforços ficam focados agora na busca das caixas pretas do avião.
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Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou hoje, na Cidade da Guatemalda, que conversou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre as buscas na região do Oceano Atlântico em que sumiu o Airbus da Air France e que o ministro manifestou esperança de que ainda se possa encontrar a caixa-preta do avião. “Um país que acha petróleo a 6 mil metros de profundidade pode achar um avião a 2 mil”, disse o presidente.
Lula declarou que o governo brasileiro fará “o possível e o impossível” para localizar os destroços do Airbus. “O melhor que poderia acontecer é que se consiga chegar lá para que se possa entregar as pessoas às famílias”, disse o presidente.
Ele comentou que, embora não haja nenhum sinal concreto, já se sabe “mais ou menos” onde os destroços podem estar, mas vai-se levar muito tempo ainda, já que se mapeou uma área de 9 mil quilômetros quadrados.
DNA
Familiares de passageiros do voo 447 da Air France serão submetidos à coleta de material para possível exame de DNA. O anúncio foi feito por Guillaume Denoix de Saint-Marc, porta-voz da associação de vítimas, segundo o jornal francês “Libéracion”.
De acordo com Saint-Marc, a medida foi estabelecida pelas autoridades para, caso sejam encontradas vítimas, a identificação será mais rápida.
O porta-voz também informou que os parentes dos passageiros se reuniram nesta terça-feira em Roissy (França) e ainda têm esperança de encontrar sobreviventes.
Histórico
O avião Airbus 330-200 da Air France seguia do Rio de Janeiro para Paris e desapareceu dos radares franceses quando sobrevoava o Oceano Atlântico. A aeronave partiu do Rio às 19h de domingo e deveria chegar a Paris ontem às 11h15 (6h15, horário de Brasília).
Controladores de voo do Aeroporto Internacional de Paris Charles De Gaulle perderam contato com o avião por volta das 6h00 GMT (3h00, hora de Brasília).
O avião levava 61 franceses, 58 brasileiros, 26 alemães, nove italianos, nove chineses e seis suíços, além de passageiros de outros 27 países, segundo informou a Air France.
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