Díaz-Canel condena ‘plano agressivo’ de Trump contra a Cuba
Medida impede viagens de norte-americanos à Ilha e intensifica sanções a setores estratégicos da economia cubana
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, condenou nesta segunda-feira (30/06) o novo plano dos Estados Unidos que reforça a política de pressão máxima contra seu país. A medida, formalizada por meio de um novo Memorando Presidencial de Segurança Nacional assinado por Donald Trump, impõe uma série de restrições econômicas e de mobilidade que revertem avanços obtidos durante o governo Biden.
“Os EUA adotam um novo plano agressivo contra Cuba. Respondendo a interesses mesquinhos que não são representativos da maioria naquele país, fortalecem ainda mais o bloqueio econômico”, declarou Díaz-Canel em sua conta oficial no X. Segundo o líder cubano, o objetivo norte-americano é “causar o maior dano e sofrimento possível ao povo”, mas garantiu: “O impacto será sentido, mas não seremos derrotados”.
Horas antes, o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, também reagiu duramente à nova diretriz norte-americana. Ele denunciou a medida como uma “conduta criminosa” e um ataque direto aos direitos humanos do povo cubano. “O Memorando Presidencial contra Cuba, divulgado hoje pelo governo dos EUA, reforça a agressão e o bloqueio econômico que castigam todo o povo cubano e são o principal obstáculo ao nosso desenvolvimento”, afirmou o chanceler.

‘O impacto será sentido, mas não seremos derrotados’, afirma Diáz-Canel
Reprodução / @DiazCanelB
O Memorando
O novo memorando determina, entre outras ações, a proibição de viagens de cidadãos norte-americanos à Ilha e a obrigatoriedade de manter registros dessas viagens por no mínimo cinco anos. O governo dos EUA pretende, com isso, aumentar a vigilância sobre os fluxos financeiros e humanos com destino a Cuba, restringindo ainda mais o intercâmbio entre os dois países.
Outra medida central é a intensificação de sanções a setores estratégicos da economia cubana, especialmente os ligados às Forças Armadas. Transações com empresas controladas pelo Exército cubano, como o conglomerado GAESA — atuante nos setores de turismo, comércio e logística — passam a ser proibidas.
O documento também exige vigilância reforçada sobre denúncias de violações de direitos humanos em Cuba e relatórios atualizados sobre cidadãos norte-americanos foragidos que vivem sob proteção no país caribenho.
As novas diretrizes endurecem sanções e o cerco político e econômico contra Havana. Embora o memorando não detalhe sanções inéditas, sinaliza uma retomada firme das políticas restritivas que marcaram mandatos republicanos anteriores. Para o governo cubano, trata-se de mais uma ofensiva que, além de ferir a soberania nacional, impõe sofrimento direto à população e compromete o desenvolvimento da Ilha.