Dilma recebe parlamentares do MST para tratar de parcerias do movimento com Banco do BRICS
Encontro aconteceu na China, onde o grupo visitou a sede do Novo Banco de Desenvolvimento, comandado atualmente pela ex-presidente do Brasil
A primeira comitiva de parlamentares do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a visitar a China se reuniu nesta sexta-feira (21/03) com Dilma Rousseff, presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, em Xangai.
Durante o encontro, o grupo destacou a intenção de fortalecer a cooperação com o Brics nos campos da ciência e tecnologia voltadas para o desenvolvimento rural e da segurança alimentar. Dilma Rousseff ocupa desde 2022 a chefia do Banco do Brics, criado para financiar projetos de desenvolvimento sustentável e infraestrutura.
A convite da deputada Marina do MST, Rousseff anunciou que aproveitará a Cúpula do Brics que acontece este ano em julho no Rio de Janeiro (RJ) para receber a Medalha Tiradentes, honraria concedida a ela em 2006, a partir de um projeto da então deputada Inês Pandeló (PT).
A comitiva é formada pelos deputados Marina do MST (PT-RJ), Rosa Amorim (PT-PE), Mauro Rubem (PT-GO) e Missias do MST (PT-CE) e pelos vereadores Edilson do MST (PT-PE) e Tito do MST (PT-PA).
Agenda chinesa do MST
A produção industrial de bioinsumos é uma das prioridades na agenda do MST em parceria com a China. Nesta semana, o grupo fez uma visita ao Instituto de Pesquisa em Reciclagem Orgânica da Universidade de Agricultura da China, em Suzhou, onde é realizada a industrialização de arroz agroecológico. Em sua biofábrica, 40 toneladas de resíduos orgânicos são transformadas em 15 toneladas de fertilizante orgânico diariamente.

Comitiva de parlamentares do MST se encontrou com Dilma Rousseff na China
Outro foco do intercâmbio é a mecanização voltada à agricultura familiar, com máquinas projetadas especificamente para produções de pequeno e médio porte. A comitiva se encontrou com representantes da fabricante chinesa Sinomach Digital.
Atualmente, no Brasil, há apenas quatro fábricas multinacionais que produzem maquinário para grandes latifúndios, e menos de 14% da agricultura agrícola é mecanizada. “Estamos negociando a produção nacional com tecnologia chinesa. Queremos reconstruir a base industrial para a agricultura camponesa no Brasil”, declarou Marina do MST em comunicado.
A viagem estratégica do grupo de parlamentares a convite da Universidade Normal do Leste da China começou na última segunda-feira (17/03) e será concluída no dia 28 de março.
A agenda prevê compromissos em Xangai, Pequim e outras províncias chinesas com líderes, acadêmicos e especialistas, incluindo representantes da Frente Unida do Governo de Xangai, do Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China e do Centro de Cooperação Econômica da China. Na pauta das discussões também estão o combate às mudanças climáticas, e a geração de energia limpa.
Agricultura familiar, educação do campo e alimentação escolar foram tema de discussões durante uma visita ao departamento de educação e comunicação da Universidade Normal do Leste da China. Segundo a comitiva do MST, está sendo discutida a possibilidade de enviar estudantes brasileiros para intercâmbios e programas de pós-graduação na universidade.
